Beijing, 19 jul (Xinhua) -- Os Estados Unidos devem parar de interferir no assunto do Mar do Sul da China para manter suas relações com o país asiático no caminho correto, disseram especialistas.
Um dos mais importantes do mundo, o vínculo China-EUA tem sido minado recentemente pela questão do Mar do Sul da China, na qual os EUA não são uma parte direta, disseram especialistas durante um fórum de segurança internacional de dois dias que acabou no domingo.
O Fórum da Paz Mundial, um evento anual que reúne centenas de políticos, acadêmicos, especialistas e jornalistas de todo o mundo para discutir os importantes assuntos de segurança, foi coorganizado pela Universidade Tsinghua e o Instituto de Assuntos Estrangeiros do Povo Chinês.
"A demonstração dos EUA de suas forças militares no Mar do Sul da China tem prejudicado severamente o povo chinês", disse Chen Xiaogong, membro do Comitê das Relações Exteriores da Assembleia Popular Nacional, o mais alto órgão legislativo da China.
No mês passado, os EUA enviaram dois porta-aviões às águas ao leste das Filipinas e começaram a monitorar o Mar do Sul da China com destróieres de mísseis telecomandados, alguns dias antes que um tribunal ad hoc desse uma sentença infundada sobre a arbitragem do Mar do Sul da China, unilateralmente iniciada pelo ex-governo filipino.
Funcionários norte-americanos têm repetidamente pressionado a China para aceitar a sentença a favor das Filipinas que nega os direitos históricos chineses a longo prazo no Mar do Sul da China.
A sentença foi excessiva em seu sarcasmo sobre a presença chinesa no Mar do Sul da China, e parece que Washington já sabia qual seria ela antes da divulgação, em 12 de julho, disse Chen, recém-chegado dos EUA
Ao mesmo tempo, de acordo com ele, apesar da repercussão na recente cobertura da mídia, a questão do Mar do Sul da China não pode representar a relação abrangente entre a China e os EUA, cujo significado tem ido além dos laços bilaterais.
Com os assuntos críticos na agenda, como o crescimento econômico global e a mudança climática, é uma responsabilidade para a China e os EUA lidarem adequadamente com suas relações, acrescentou.
Yuan Peng, vice-presidente do Instituto das Relações Internacionais Contemporárias da China, disse que, apesar de os dois países terem continuado com a cooperação nas áreas como a economia e a diplomacia, o assunto do Mar do Sul da China tem atraído muita atenção do público e da mídia.
Ecoando a opinião de Chen, Yuan pediu que a China e os EUA lidem propriadamente com o assunto e disse que os EUA devem mostrar a sinceridade ao não apoiar a farsa arbitral absurda do Mar do Sul da China.
Os especialistas estrangeiros que participaram do fórum "A Ordem da Segurança Comum: Cooperação, Inclusão e Acesso Aberto" também concordaram com a urgência e o significado do manejo adequado dos laços China-EUA.
O ex-chanceler australiano Robert Carr, que está liderando atualmente um grupo de pensadores da Austrália, disse em um painel dedicado ao assunto do Mar do Sul da China que os EUA não devem considerar o tópico uma concorrência de liderança, domínio e supremacia contra a China.
Mesmo que os EUA tentem manter seus aliados na região, segundo Robert, a definição do assunto do Mar do Sul da China como um tema de concorrência gerará mais conflitos com a China.