Beijing, 15 jul (Xinhua) -- O conselheiro de Estado da China, Yang Jiechi, disse na quinta-feira em Beijing que a arbitragem sobre o Mar do Sul da China "não modificará em nada" a determinação da China de continuar com o caminho do desenvolvimento pacífico.
Yang fez a declaração em uma entrevista com os veículos de imprensa estatais sobre a decisão emitida por um tribunal de arbitragem sobre o Mar do Sul da China.
"Procurar o desenvolvimento pacífico não é um assunto de conveniência. É uma escolha estratégica que a China fez segundo a tendência da época e seus próprios interesses fundamentais", disse Yang.
Yang assinalou que a China continua comprometida a desenvolver relações de amizade com outros países na base dos Cinco Princípios da Coexistência Pacífica e aprofundar uma cooperação de benefício mútuo e a conectividade com seus vizinhos.
A China insiste em negociação e consultas como meios para abordar as questões de delimitação territorial e marítima pertinentes e salvaguarda de maneira decidida a paz e a estabilidade na região, disse.
Depois de sublinhar que a posição da China sobre a arbitragem cumpre plenamente com o direito internacional, Yang disse que o fato básico foi detalhado a fundo em uma série de documentos do governo chinês sobre sua posição.
"O intento por montar uma plena campanha de difamação contra a China através de distorcer este fato básico expôs mais uma vez a natureza desta arbitragem, quer dizer, uma farsa em que certos países usam o direito internacional como fachada para impulsionar sua própria agenda oculta", disse Yang.
Em resposta ao papel de alguns países alheios à região, Yang disse que a arbitragem sobre o Mar do Sul da China "é um exemplo óbvio de como alguns países alheios à região interferem no assunto do Mar do Sul da China".
Yang disse que nos últimos anos, certos países alheios à região, movidos por sua própria agenda, interferiram com frequência no assunto do Mar do Sul da China com o pretexto de defender a "liberdade de navegação" e de "manter a paz regional", o que conduziu a um agravamento das tensões.
"Estas muito irresponsáveis ações tornaram-se a principal fonte de risco para a paz e estabilidade no Mar do Sul da China", disse Yang.
O assunto do Mar do Sul da China é um assunto entre os países litorâneos e deve ser deixado aos países pertinentes para que resolvam através de negociações pacíficas, assinalou.
Yang indicou que a China nunca rechaçou os direitos e interesses legítimos dos países fora da região no Mar do Sul da China, pedindo que países pertinentes respeitem a decisão independente da China e de seus países vizinhos no Mar do Sul da China e façam mais para facilitar a realização da paz e estabilidade na região.
Quanto às relações entre a China e as Filipinas, Yang disse que a arbitragem é um grande obstáculo político para melhorar os laços entre as duas nações e fez um chamado ao novo governo filipino para que leve em consideração os interesses comuns das duas nações e o panorama mais amplo dos laços bilaterais e para que lide de maneira apropriada com os assuntos relacionados.
O assunto do Mar do Sul da China não é um problema entre a China e a ASEAN, disse Yang, acrescentando que a China manterá a comunicação e as consultas com os Estados membros de ASEAN diretamente interessados em abordar disputas específicas de maneira apropriada.