Por Hu Weijia, Global Times
Enquanto as Filipinas e a Malásia reforçam os seus laços com a China para maximizar os seus interesses económicos, a Índia e outros países asiáticos devem repensar igualmente a sua relação com o gigante asiático.
Após a visita do primeiro-ministro malaio, Najib Razak, ao ocidente, onde afirmou que as ex-potências coloniais não devem repreender as nações que em tempos exploraram, o país do sudeste asiático é visto como o próximo da região - após as Filipinas - a virar as costas ao ocidente e potencialmente incrementar a sua relação com a China.
À medida que a geopolítica asiática conhece novos rumos, os fluxos económicos são particularmente significativos. O crescimento do protecionismo comercial nos EUA aparenta estar a erodir o seu estatuto no seio dos seus parceiros asiáticos. Enquanto isso, programas iniciados pela China para a promoção da integração económica regional fazem do país um interveniente importante nos assuntos regionais.
Num exemplo recente, que teve lugar numa reunião em Shanghai, a State Grid, a maior empresa estatal de energia, demonstrou uma rede de transmissão energética que poderá conectar a China com a Índia e com países do sudeste asiático. Este sistema poderá contribuir para o combate de falhas energéticas que afetem o desenvolvimento industrial num elevado número de países asiáticos. Até à data, vários legisladores provenientes de diversos países da região expressaram o seu interesse na iniciativa.
Tal como as Filipinas e a Malásia, a maior preocupação da Tailândia é a promoção da sua economia, sendo que o país não está disposto a abdicar das oportunidades apresentadas pela China. A China, por sua vez, tem também a ganhar benefícios sustentáveis ao facilitar a integração económica no continente, pois esses esforços servem também o propósito de consolidar a confiança política os países que a circundam.
Porém, pairam ainda dúvidas relativamente a alguns países que indiciam uma abdicarão das propostas da China. Considerando o recente boicote indiano aos produtos chineses, não é difícil imaginar que a iniciativa chinesa possa encontrar resistência por parte daquele país.
A China não tem interesse em debater-se para que os demais países aceitem realizar parcerias com enfoque na integração económica regional. Porém, numa altura em que nações como as Filipinas começam a mudar o rumo da sua postura face à China, a Índia e outros países da Ásia devem considerar as oportunidades que acompanham o crescimento económico chinês.
A China já demonstrou o seu desejo de promover um objetivo de desenvolvimento comum na Ásia. Realisticamente, a Índia será inclusive influenciada por esta iniciativa, no caso de países como o Mianmar e o Bangladesh se aproximarem da China para maximizarem os seus interesses.