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2016: Um ano de sucesso e de aproximação sino-lusófona (2)

Fonte: Xinhua    16.12.2016 13h28
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Fórum de Macau

Macau foi uma das primeiras grandes incubadoras de uma área de estudos hoje indissociável do fenómeno da globalização. Os denominados “estudos interculturais” assumem hoje, na exígua área física de Macau, uma missão em nada menos importante do que o espólio invejável encontrado ao longo da longevidade histórica deste território.

Cerca de cinco séculos após Portugal ter estado na base dos primeiros contactos massificados e abrangentes do ocidente com o oriente, a China atribui hoje à Região Administrativa Especial de Macau uma importância fundamental enquanto eixo de ligação com o plural mundo lusófono.

A edição deste ano do Fórum de Macau, que contou com a presença do primeiro-ministro Li Keqiang — em tom de aforismo abstrato, à boa maneira chinesa —, foi marcada pelo sucesso e pelo desejo de todos os intervenientes de verem o êxito do evento traduzido em reciprocidade e entendimento entre todos.

Li Keqiang falou mesmo numa “ponte transoceânica (…) que tem a língua e cultura como laço, a cooperação económica e comercial como tema principal, e o desenvolvimento comum como objetivo”.

Foram anunciadas no evento, durante o discurso do chefe de Governo chinês, várias medidas impulsionadas pela China, no sentido de promover uma maior interação e cooperação sino-lusófona. Entre as quais destacam-se o perdão de dívidas vencidas; assistência gratuita na facilitação do comércio, investimento, medicina e desenvolvimento industrial; envio de médicos aos países da lusofonia; entrega de bolsas de estudo para formação de quadros; criação de zonas de cooperação económica para os participantes do Fórum; construção de estações meteorológicas para prevenção de desastres naturais, e criação de instituições de difusão linguística.

À margem do Fórum, Li Keqiang encontrou-se com os vários representantes dos países africanos de língua portuguesa, reafirmando o compromisso da China de reforçar as relações com todos eles no âmbito da cooperação económica (em que se destaca a exploração do setor turístico e de projetos de cooperação trilateral e multilateral) e política.

BRICS

A reunião do BRICS em Goa, antigo ponto de entrelaçamento e diálogo cultural português na Índia, mostrou a firme disposição dos maiores países em desenvolvimento do mundo em estreitar relações e fortalecer o mecanismo de cooperação multilateral.

O grupo manifestou sua preocupação e posição sobre temas de interesse regional e mundial relevantes, como a crise na Síria e o combate ao terrorismo, ao mesmo tempo em que cimentou a confiança mútua entre os países membros da cúpula e fortaleceu as bases para uma maior participação na governança mundial.

A despeito de uma série de críticas que o BRICS vem sofrendo, a China mostrou de forma contundente sua forte determinação em apoiar a instituição multilateral, aprofundando o debate no âmbito do grupo para temas de interesse mundial.

"A China é um participante e um apoiador leal do mecanismo BRICS e considera a cooperação entre o bloco como uma das suas prioridades diplomáticas", disse o presidente Xi Jinping em Goa. "Nós acreditamos que a cooperação BRICS vai ajudar a promover a paz mundial, a estabilidade e a prosperidade."


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