O número de funcionários corruptos que fugiram para o estrangeiro diminui graças a uma campanha anticorrupção e fuga intensificada, afirmou um oficial sênior do Partido Comunista da China (PCCh), na segunda-feira.
Desde 2014, o número dos novos corruptos identificados que escaparam da China tem registrado um decréscimo anual, confirmou Liu Jianchao, diretor do Birô de Cooperação Internacional da Comissão Central para Inspeção Disciplinar (CCDI, na sigla em inglês).
Em 2016, um total de 19 funcionários corruptos fugiram para o estrangeiro a fim de evitar a punição legal, decrescendo cerca de 89% em comparação com o número registrado em 2014 (101), de acordo com a CCDI.
“O controle restrito de passaportes de funcionários públicos e medidas adotadas para prevenir a fuga dos suspeitos contribuíram para o decréscimo acentuado do número de fugitivos” afirmou Huang Feng, o professor de direito da Universidade Normal de Beijing.
A China também reforçou a cooperação com outros países na aplicação de leis, aumentando a taxa de deportação, medida que serviu como meio de intimidação.
Entre 2014 e 2016, os oficiais judiciais da China capturaram de volta 2566 fugitivos corruptos de mais de 70 países e regiões, incluindo dos EUA, Canadá e Singapura, segundo dados da CCDI, confiscando também um total de 8,64 bilhões de yuans (US$1,25 bilhões) de bens ilegais.
Os corruptos transferiram também bilhões de yuans para contas em bancos estrangeiros através da lavagem de dinheiro ou bancos clandestinos.
Uma grande maioria dos oficiais chineses envolvidos em corrupção fugiu para outros países, como por exemplo os Estados Unidos, parcialmente devido à falta dos tratados bilaterais de extradição e às barreiras e diferenças nos sistemas jurídicos entre os países.
Desde abril de 2015, quando a Interpol lançou um alerta para a captura dos 100 oficiais corruptos mais procurados pela China, 37 foram já deportados de mais de 16 países e regiões.
No entanto, mais de metade dos restantes foragidos permanecem ainda maioritariamente nos EUA e Canadá.
Liu reiterou que a China vai aprimorar a cooperação judicial, incluindo a compartilha de inteligência e investigação conjunta, particularmente nos países ocidentais.
Além disso, a China vai realizar mais negociações caso a caso com as autoridades judiciais dos EUA.
“Estejam onde estiverem, vamos fazer esforços para trazê-los de volta e serem submetidos à justiça”, afirmou Liu.