Economia chinesa assume compromisso com reformas em função de taxas de crescimento

Fonte: Diário do Povo Online    11.01.2017 10h55

A Conferência Central de Trabalhos Económicos coloca mais ênfase na redução de riscos financeiros, excesso de capacidade e prevenção de bolhas imobiliárias, ao invés de meramente buscar um alvo de crescimento concreto.

 

O entidade máxima de regulação económica da China comprometeu-se na terça-feira a estabelecer alvos maiores para cortar o excesso de produção este ano, enquanto que, simultaneamente, tentarão ser evitados riscos financeiros.

O compromisso surge numa altura em que a nação trabalha para atingir um crescimento mais saudável, com menos ênfase numa meta de crescimento específica.

O crescimento económico da segunda maior economia do mundo em 2016 está estimado em 6.7%, dentro das previsões de 6.5% e 7% projetadas no ano passado, de acordo com Xu Shaoshi, diretor da Comissão de Reforma e Desenvolvimento Nacional.

O alvo de crescimento económico para este ano procura ir de encontro às expectativas criadas, mas sem uma obrigatoriedade de as consumar, de acordo com Xu, numa época em que o país está focado em debelar desafios estruturais.

Os comentários do diretor coadunam-se com a tónica da Conferência Central de Trabalhos Económicos, que tivera lugar em dezembro.

A conferência enfatizou a redução de riscos financeiros, excesso de capacidade e prevenção de bolhas imobiliárias.

O país atingiu o objetivo anual de reduzir em 45 milhões de toneladas de aço e 250 milhões de toneladas em produção de carvão antes ainda do prazo previamente estabelecido.

Mais progressos deverão ser atingidos ainda este ano neste âmbito, assim como mais pressão será colocada sobre as empresas com este objetivo em vista, segundo constatou Xu.

O crescimento do preço das commodities no caminhar para o final do ano de 2016, representa um desafio para levar a bom porto este objetivo, de acordo com Zhang Lin, um analista da dz18.com, um website de comércio eletrónico associado à indústria de aço.

Dados oficiais tornados públicos na terça-feira revelaram que o índice de preços ao consumidor subiu em 5.5% em dezembro face ao ano anterior, registando o maior ritmo de crescimento em mais de 5 anos.

Niu Li, economista do Centro de Informações Estatal, afirmou que um ambiente no qual existe menos pressão para atingir marcos ao nível do PIB, conferiria à China mais espaço para se dedicar às reformas de reestruturação.

“Muitas empresas em setores com excesso de capacidade estão também com dívidas elevadas”, constatou.

“A capacidade da nação de conseguir progressos na redução da dívida, depende da disponibilidade dos oficiais provinciais para seguir instruções do governo central em reduzir o foco na geração de crescimento económico, e em usar teorias de mercado para encorajar as firmas a reestruturar as suas dívidas”, finalizou.

(Web editor: Chen Ying, editor)

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