Comitiva chinesa poderá se reunir com enviados de Trump em Davos

Fonte: Diário do Povo Online    12.01.2017 14h39

O mundo tem prestado atenção à possibilidade do encontro entre os representantes das duas maiores economias mundiais no Fórum Econômico Mundial (FEM), que se realiza na próxima semana em Davos, na Suíça.

Em sintonia com as preocupações em torno do protecionismo comercial e o surgimento de ideais contra a globalização, tudo indica que a delegação chinesa poderá se reunir separadamente com a equipa de transição de Donald Trump.

Este encontro poderá ajudar a dirimir as divergências ao nível das trocas comerciais e de questões políticas, afirmam os analistas.

O presidente Xi Jinping, juntamente com uma delegação, realizará uma visita oficial à Suíça, entre domingo e quarta-feira, efetuando uma paragem, na terça-feira, em Davos, para participar do FEM, enquanto primeiro chefe de Estado chinês a integrar o evento.

Tendo em conta que Trump assumirá funções no dia 20, é esperado que envie representantes da nova administração para que participem no FEM, afirmou Klaus Schwab, fundador e presidente do fórum, apesar de não ter sido ainda revelado quem será enviado.

Li Baodong, vice-ministro das Relações Exteriores da China, quando inquirido sobre um possível encontro em Davos, relatou à imprensa que “há canais de comunicação abertos” entre Beijing e a equipa de Trump.

Beijing está recetiva a reunir com vários intervenientes nos bastidores do fórum, se o tempo assim o permitir. Deste modo, as “reuniões bidirecionais mais relevantes estão a ser discutidas”, acrescentou Li, sem confirmar o encontro com a equipa de Trump.

Também na quarta-feira, o vice-ministro das Relações Exteriores chinês, Liu Zhenmin, expressou que Beijing espera “respeito por parte dos EUA no que se refere aos interesses e preocupações da China sobre a região Ásia-Pacífico”, acrescentando que está “disposto a manter contacto com a administração dos EUA sobre os assuntos da Ásia-Pacífico, com o intuito de discutir uma possível cooperação”.

A segurança na área referida não pode ser sustentada pelos EUA, requerendo esforços conjuntos de todos os países, principalmente dos mais capazes, reforçou Liu em uma coletiva de imprensa.

Shi Yinhong, professor de relações internacionais da Universidade Renmin da China, prevê que, caso se verifique a ocorrência de uma reunião em Davos, o enviado de Trump poderá pressionar Beijing em matérias de índole financeira e na questão de Taiwan.

Zhong Feiteng, pesquisador em estudos da Ásia-Pacífico na Academia Chinesa de Ciências Sociais, defende que a China pode pedir ao novo Gabinete que seja mais cuidadoso quanto às políticas comerciais, focalizando as atenções nas questões de Taiwan e do Mar do Sul da China, a fim de prevenir a deterioração da segurança regional.

Zhang Yansheng, secretário-geral do Comitê Acadêmico de Desenvolvimento Nacional e Comissão de Reforma, acredita que a equipe de Trump defenderá medidas avessas à globalização e que será a favor do protecionismo comercial, visando a obtenção de vantagens para os EUA.

A equipe de Trump, por sua vez, afirmou que o novo secretário de Estado, Rex Tillerson, “derrubará o programa chinês de construção nas ilhas do Mar da do Sul e as políticas chinesas sobre o programa nuclear de Pyongyang”, informou a Reuters.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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