Mais de 2500 líderes políticos e empresários estão a caminho da pequena vila de Davos, na Suíça, não para aproveitar a neve que cobre os Alpes e as suas estâncias, mas para procurar soluções.
No Fórum de Davos, os participantes discutirão o modo de promoção da globalização, num momento em que esta é desafiada pela ascensão do populismo e do protecionismo, apoiados pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que assumirá o cargo no dia 20 de janeiro, coincidindo com o dia de encerramento do fórum.
A economia mundial tem registrado um crescimento significativo nas últimas décadas, com as economias de mercados emergentes a substituir as desenvolvidas, e se tornando o motor do crescimento.
No entanto, o crescimento parece um desafio mais assustador, pois a maioria das economias carece de soluções para realizar um crescimento sustentável a uma taxa razoável.
O crescimento anual da economia mundial em 2016 foi de 2,4%, de acordo com o Bando Mundial, taxa que pode modestamente aumentar para 2,7% durante este ano.
Apesar do aumento, ainda é óbvio que a economia mundial se ressente da crise financeira internacional de 2008, continuando a registrar taxas de crescimento reduzidas.
O crescimento tem melhorado a economia de alguns países menos desenvolvidos, todavia, tem também ampliado as disparidades e o fosso entre os rendimentos de diferentes grupos de população, a causa fundamental do surgimento do populismo.
O coeficiente Gini no mundo inteiro, que mede a desigualdade de renda, ronda os 7%, um valor acima da linha aceitável de 6%.
Se a economia mundial continuar no mesmo ritmo de crescimento, poderão surgir novas vozes de descontentamento.
No discurso na cerimónia de abertura do Fórum de Davos, na terça-feira, o presidente Xi Jinping vai apelar à “globalização inclusiva”. Esta visão filosófica, se adotada seriamente por líderes mundiais, ajudará no combate ao protecionismo, que põe em risco a globalização da economia mundial, merecendo, por isso, a atenção das elites políticas e empresariais.