Consta que, apesar de tudo, o êxodo da capital não se faz hoje sentir tanto como há alguns anos. Restaram ainda supermercados abertos, para qualquer ocasião de última hora, bem como outros estabelecimentos de primeira necessidade, que contrariam o édito popular, para gaudio de muitos incautos.
O tradicional fogo-de-artifício e rebentamento de panchões é agora também menos expressivo, e as autoridades fazem questão que assim o seja.
A cidade está repleta de avisos e apelos, ora à contenção, ora à proibição de deflagrar os artigos pirotécnicos que os chineses têm por tradição (e mestria) rebentar nesta altura do ano.
Em contraste com o cenário de deserção, restaram as imediações e o interior dos locais turísticos — pois embora a vasta maioria rume a outras paragens, há ainda muitos que, movidos pela curiosidade, escolhem visitar a capital para percorrer a majestosa oferta turística de Beijing.
Descobrimos facilmente o paradeiro destes últimos ao tomar a audaz decisão de visitar o Templo da Terra...no dia de Ano Novo Chinês!
Com uma tradição secular, as “feiras do templo”, ou 庙会(miào huì) em mandarim, realizam-se em vários pontos da capital chinesa.
No período dinástico, o termo aludia à concentração de vendedores e artistas nas imediações dos templos.
A feira do Templo da Terra é, precisamente, a mais famosa e concorrida.
 |  |
