A China irá lançar durante este ano um satélite de sensoriamento remoto destinado à observação das luzes terrestres durante a noite, segundo informações reveladas pelos criadores.
O Luojia-1A, um minissatélite com 10 quilogramas, está a ser desenvolvido por cientistas da Universidade de Wuhan e irá comportar uma câmara sensível à luz, com uma resolução de 100 metros de imagem terrestre, segundo os dados fornecidos à China News Service por Li Deren, cientista chefe do projeto.
Li, professor universitário de estudos em sensoriamento remoto e académico da Academia Chinesa de Ciências, explicitou que o satélite será capaz de detetar estruturas iluminadas na terra, dentro da designada área de observação, como por exemplo as pontes sobre o rio Yangtzé.
A qualidade das imagens obtidas pelo Luojia-1A será superior à atual qualidade dos satélites do género pertencentes aos EUA, acrescenta Li.
Pang Zhihao, editor-chefe executivo da revista Space International, constatou, na quinta-feira, que a China não tem nenhum satélite projetado especificamente para capturar imagens noturnas de estruturas terrestres.
"Até agora os satélites disponíveis capturavam imagens infravermelhas ou obtinham imagens de paisagens ou edifícios através de radares de abertura sintética. Comparada a estes métodos, a câmara do Luojia-1A foi especificamente desenvolvida para capturar objetos iluminados à noite, é, por isso, mais sensível à luz", explicou.
A Universidade de Wuhan tem também trabalhado com a China Aerospace Science and Industry Corp na criação do Luojia-1B, um satélite com radar de sensoriamento remoto, com previsões de ser colocado em órbita em 2019.
Pang acrescentou que as imagens e os dados, gerados pelos satélites Luojia, serão úteis para as autoridades provinciais e municipais, permitindo um melhor monitoramento das economias locais, assim como o aprimoramento dos planos de desenvolvimento.
Li Xi, investigador do Laboratório Estadual de Engenharia de Informação em Topografia, Mapeamento e Sensoriamento Remoto, em Wuhan, também envolvido na projeção dos satélites Luojia, afirma que a equipe do projeto tem uma vasta experiência na pesquisa de objetos iluminados.
Os membros da equipa têm utilizado imagens capturadas de estruturas iluminadas na Síria e no Iraque para descobrir movimentos de refugiados e mudanças nos campos de batalha.
Outra investigação, realizada pelos mesmos, analisou a concentração de estruturas iluminadas na Ásia nos últimos 20 anos.