Joseph Stiglitz
“O cisne negro imediato situa-se na Europa”, diz Joseph Stiglitz, vencedor do Nobel e economista na Universidade de Columbia nos EUA, durante o Fórum de três dias, com final previsto para segunda-feira.
A Europa pode reduzir o risco de se deparar com um “cisne negro” econômico ao incrementar a sua cooperação com a China, de acordo com analistas do Fórum de Desenvolvimento da China.
O cisne negro se refere a um incidente inesperado com repercussões de grande escala nos mercados financeiros e economias. A situação de dívida na UE, especialmente na Grécia e Itália, por exemplo, deverá estar na origem em um efeito cisne negro.
“Muitos países (europeus) têm um PIB inferior ao que tinham antes da crise (financeira), e para muitos países, a queda é pior do que a Grande Depressão – o desemprego é inaceitavelmente alto e o desemprego jovem em países como a Espanha e Grécia ascende aos 50%”, disse Stiglitz.
A Grécia poderá encontrar outra crise de dívida no próximo ano, de acordo com Christopher Pissarides, um vencedor do prémio Nobel da London School of Economics. A UE espera estabelecer uma união bancária para evitar riscos, mas tal ainda está para acontecer, disse.
Stiglitz disse que a carência de uma união bancária tem originado uma fuga de capital. “A Europa sabe que isso tem que ser feito”, disse ele, “mas as políticas não são ainda robustas o suficiente para criar instituições que o façam funcionar”.
Zhao Jinping, diretor de investigação para relações económicas estrangeiras do Centro de Investigação do Conselho de Estado, disse que, “apesar da recente ligeira recuperação da economia global, a economia europeia enfrenta incertezas e riscos”.
A cooperação com a China pode ajudar a Europa a evitar potenciais crises, disse ele, apelando a que unissem esforços para assegurar o regime de governança multilateral econômica global atual e acelerar as conversações para o livre comércio e aprofundamento da globalização.
Ambas as partes podem também cooperar sob o enquadramento da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”, a qual deverá criar oportunidades para empresas chinesas e europeias, acrescentou Zhao.
Wu Xiaohui, presidente da seguradora Anbang refere que “A China e a Europa têm vantagens no que concerne à cooperação bilateral”. “Enquanto a Europa tem vantagem no branding, a China oferece vantagens no processamento e produção. A combinação... pode produzir um efeito atomizador”.
O investimento direto da China na Europa o ano passado totalizou os 35,1 bilhões de euros, um aumento anual de 76%, de acordo com o Rhodium Group e com o Mercator Instituto.