Conclusão
No atual momento, parte das elites políticas, econômicas e midiáticas correm para encontrar algum atenuante para a crise. A saída de Temer é um cenário bem provável, mas não tão simples. Nesse caso, são três as principais possibilidades. Uma, a renúncia. Outra, a cassação pela Justiça da chapa Dilma-Temer pelo Supremo Tribunal Eleitoral, que deve julgar no início de junho de 2017 aquele pedido do PSDB acusando a referida chapa de abuso de poder político e econômico para se reeleger. Uma terceira possiblidade seria um processo de impeachment, como o já encaminhado à Câmara dos Deputados pela Ordem dos Advogados do Brasil. Esse terceiro cenário, devido o fator tempo é pouco provável.
Caso se confirme a saída de Temer, o cenário mais provável é o de eleições indiretas. Ou seja, um nome que sairá do Congresso Nacional. As forças políticas, econômicas e midiáticas trabalham nessa perspectiva.
Apesar de todos os esforços, a crise ainda tende a se arrastar por um longo período. Ontem, por exemplo, o presidente Temer resolveu publicar um decreto autorizando o uso das Forças Armadas no Distrito Federal, em nome da defesa da ordem, entre os dias 24 e 31 de maio.
É difícil prever quando haverá uma nova conjunção das principais forças econômicas, judiciárias, políticas, midiáticas e populares para o bem do país.
Mas assim como no futebol, sabemos que o Brasil é sem dúvida o país do imponderável. E curiosamente, essa incerteza é a nossa grande esperança. Bem sabemos que algum dia esse imponderável pode se virar em benefício do nosso país e nosso do nosso povo. Por isso seguimos.
*José Medeiros da Silva é doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo, Professor na Universidade de Estudos Internacionais de Zhejiang.
**Rafael Gonçalves de Lima é mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Jilin, na China.
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