Beijing, 8 jun (Xinhua) -- A Apple anunciou nesta quarta-feira o maior compromisso com a energia limpa já recebido dos seus fornecedores, que vem do fabricante dos Estados Unidos Jabil Circuit Inc, com instalações na China.
Sete dos fornecedores da Apple se comprometeram anteriormente com o uso 100% de energia renovável, a maior parte deles sendo fabricantes chineses. "Nós vemos um acontecimento real aqui. A Jabil já alcançou 67% em energia renovável na sua produção para a Apple, de modo que o trabalho que eles estão fazendo atualmente está realmente fazendo avançar a transição ecológica na China", disse Lisa Jackson, vice-presidente da Ambiente, Política e Iniciativas Sociais da Apple, à Xinhua.
A Jabil produz vários componentes para a Apple, principalmente a capa de alumínio para o iPhone, junto com peças plásticas, de silicone e aço inoxidável, com sete instalações na parte continental da China e Taiwan.
Segundo Jackson, a Jabil estabeleceu instalações de geração da energia solar in loco, e também fechou contratos de compra de energia com projetos eólicos. O compromisso da Jabil representa o maior compromisso já feito por um único fornecedor até o momento, quase 1 bilhão de megawatts-horas por ano, e utilizará 100% de energia renovável até 2018, segundo a Apple.
A apple lançou seu programa de energia limpa para os seus fornecedores em 2015 para ajudar a lidar com emissões em sua cadeia de fornecimento manufatureiro, que representa 77% de sua emissão de carbono geral. A Apple já está abastecendo 96% de suas operações mundiais com energia renovável, com 100% nos Estados Unidos, China e 22 outros países.
Porém, a decisão recente do presidente dos Estados Unidos Donald Trump de retirar o país do Acordo de Paris assombra os avanços já obtidos pela Apple e outras empresas do país. Jackson disse à Xinhua que a Apple manterá seu programa de energia limpa.
Jackson aplaudiu o papel dirigente da China nas negociações sobre mudanças climáticas e disse que não é um trabalho fácil para a China cumprir seu compromisso de atingir a máxima emissão de carbono até 2030 e manter um crescimento econômico forte.
"A China deu vários passos desde que o Acordo de Paris foi assinado em 2015, o que deixa claro que está tentando ultrapassar as metas que estabeleceu. A transição para energia limpa em um país que é tão grande, com tanta manufatura pesada e diversidade como a China, é um desafio", comentou.
De muitas formas, as companhias como Apple, que têm fornecedores e clientes em torno do globo, não têm condições de ver fronteiras nacionais. Elas têm de trabalhar mundialmente para mudanças. Jackson disse que o apoio do governo chinês ajudou a acelerar as mudanças.
"A Apple já instalou quase 500 megawatts de projetos eólicos e solares em seis províncias chinesas. Eu não penso que você pode fazer esse tipo de progresso em apenas um ano, sem o apoio do governo chinês em todos os níveis", disse Jackson.
A gigante tecnológica se associará com fornecedores na China para instalar mais de 2 gigawatts de novas instalações de energia limpa nos próximos anos, o que reduzirá mais de 20 milhões de toneladas de gases do efeito estufa daqui até 2020.
A Apple quer que todos os fornecedores façam parte do seu movimento de energia limpa. Em abril, três fornecedores chineses, Sunwoda, Compal e Biel, juntaram-se ao programa de energia limpa, contribuindo para o crescimento do setor de energia renovável na China.