Ministério descreve ações da Índia como “contra a paz”

Fonte: Diário do Povo Online    04.08.2017 09h44

A decisão indiana de realizar uma incursão à região Doklam, da China, “não é, de modo algum, a favor da paz”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores (MRE) da China.

Geng Shuang, o porta-voz, veio a público comunicar a posição do MRE chinês, no seguimento do ministério homólogo indiano ter anunciado que a “paz e tranquilidade” da fronteira entre as duas nações constitui um pré-requisito importante para o desenvolvimento suave das relações bilaterais.

Geng disse que a China, “por uma questão de boa vontade”, notificou a Índia previamente, através de um mecanismo de encontros fronteiriços a 18 de maio e 8 de junho, relativamente à construção de estradas na região de Donglang. Porém, “a parte indiana não emitiu qualquer resposta através de qualquer canal por mais de um mês”.

 “Em vez disso, enviaram em flagrante um grupo armado, com equipamentos para trespassarem a fronteira e obstruírem a construção de estradas da China. Isto não é em prol da paz.”

Até quarta-feira, mais de um mês depois da incursão, 48 tropas da fronteira indianas, juntamente com um trator de estreira, permaneciam ainda ilegalmente me território chinês, de acordo com Geng.

As ações indianas “representam irresponsabilidade e imprudência”. Geng descreveu ainda o incidente como “ilegal perante a lei internacional”.

Mais se acrescenta que, a Índia “está construindo mais estradas, abrigando mantimentos e destacando um largo contingente de forças armadas no lado indiano da fronteira”, o que “não é, de todo, em prol da paz”, reiterou.

O MRE emitiu um documento na quarta-feira no qual apresenta a posição do governo chinês face à situação, avisando a Índia para não subestimar a determinação chinesa para defender o seu território.

Jon Taylor, um professor de ciência política da Universidade de St Thomas, em Houston, disse que o exército indiano havia rompido com a lei internacional, ao entrar em território chinês, pouco depois do primeiro-ministro Narendra Modi ter visitado os EUA.

“A incursão pode ser vista como parte de uma maior competição estratégica entre a China e a Índia, uma que é influenciada pelo esforço levado a cabo por Trump para conseguir uma parceria mais próxima com a Índia”, disse.

Apesar das ações indianas, Taylor refere que a China permanece contida e tolerante. “Acredito que isto se deve ao desejo da China de preservar as relações amistosas sino-indianas”, disse.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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