Oferenda de Abe ao santuário Yasukuni gera novo apelo à reflexão sobre o passado

Fonte: Diário do Povo Online    16.08.2017 10h33

Membros de uma delegação japonesa prestam tributo perante o salão memorial das vítimas do massacre de Nanjing, na terça-feira.

A China urgiu o Japão a “enfrentar e refletir profundamente sobre a sua história de agressão” após o primeiro-ministro Shinzo Abe ter enviado uma oferenda monetária ao famigerado santuário Yasukuni, no dia que foi assinalado o 72º aniversário da rendição japonesa na Segunda Guerra Mundial.

“Somos absolutamente contra este tipo de ações por parte do Japão”, vincou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, na terça-feira, durante uma coletiva de imprensa diária.

O santuário Yasukuni presta tributo a 14 criminosos de guerra de classe A (responsáveis por crimes de guerra de gravidade extrema) da Segunda Guerra Mundial, sendo considerado um símbolo do militarismo japonês de outrora. É o quinto ano consecutivo que Abe autoriza uma oferenda cerimonial ao santuário.

 “A China exorta o Japão a enfrentar e refletir profundamente sobre o seu historial de agressão, a consciencializar-se sobre o militarismo patente do passado e a agir de modo a recuperar a confiança dos seus vizinhos asiáticos e da comunidade internacional com gestos concretos”, disse Hua.

Este ano assinala também o 80º aniversário do incidente da ponte Marco Polo, que desencadeou a invasão japonesa da China em grande escala, em 1937, e o massacre de Nanjing, no qual 300,000 chineses foram mortos às mãos do exército japonês.

Um documentário emitido pela emissora japonesa NHK no domingo, revelou as atrocidades relacionadas com experimentos químicos realizadas em seres humanos, perpetradas pela Unidade 731 do exército japonês, no nordeste da China, durante a Segunda Guerra Mundial.

A NHK apresentou trechos de uma gravação de mais de 20 horas, usada num julgamento levado a cabo pela então União Soviética, no qual vários ex-integrantes da unidade confessaram ter conduzido experimentos para desenvolver armas químicas em chineses e soviéticos.

 “A evidência histórica sobre os crimes hediondos do exército japonês é óbvia e inegável”, disse Hua, acrescentando que a China valoriza a coragem dos cidadãos japoneses com clarividência para expor a verdade dos fatos.

 “Esperamos que o Japão possa escutar os apelos pela justiça tanto no país como no exterior […] e respeitar os sentimentos dos habitantes na China e em outros países vitimados na Ásia”, reiterou.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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