A China apelou aos EUA, esta terça-feira, para que corroborarem as declarações de altos funcionários americanos realizadas na segunda-feira, no qual defendem a resolução da questão da Península Coreana pela via diplomática.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, fez tal declaração em resposta a um artigo de opinião do Secretário de Estado americano, Rex Tillerson, e do secretário de Defesa, Jim Mattis, enfatizando a importância de uma solução diplomática para a crise.
Tillerson e Mattis escreveram na edição de segunda-feira do The Wall Street Journal que Washington "não tem interesse" na mudança de regime em Pyongyang, nem na reunificação acelerada da Península Coreana, sendo que a "diplomacia é o meio predileto" para alterar o curso de ação da RPDC .
Durante a conferência de imprensa diária, Hua afirmou que a China espera assistir a políticas concretas do lado dos EUA que reflitam os pontos de vista dos dois representantes americanos.
"Também pedimos à RPDC para responder a essas observações", informou Hua.
As tensões aumentaram na península no mês passado, após dois testes que a RPDC se referiu como mísseis balísticos intercontinentais.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou Pyongyang que, no caso de continuar a ameaçar os EUA, teria de enfrentar "fogo e fúria".
Em resposta, a RPDC alertou para o possível lançamento de mísseis balísticos de alcance intermédio, cujo alvo seriam as águas da ilha de Guam, no Pacífico.
Hua afirmou que a China sempre defendeu que a questão da segurança depende da desnuclearização da Península da Coreia e que "a chave está nas mãos dos EUA e da RPDC".
A porta-voz disse ainda que a China espera que todas as partes interessadas aceitem a proposta da China de "suspensão para a suspensão", que exige que a RPDC cesse as atividades nucleares e de mísseis, em troca da suspensão de exercícios militares de grande escala entre os EUA e a República da Coreia (RDC).
A China continuará a implementar as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e desempenhará um papel ativo na resolução pacífica da questão da Península Coreana, reforçou.
O presidente da RDC, Moon Jae-in, disse em um discurso televisivo, na terça-feira, que a ação militar dos EUA na Península Coreana não pode ser tomada sem o consentimento de Seul, e que a crise deve "absolutamente" ser resolvida pacificamente.
Hua acrescentou que é do interesse de todas as partes resolver o problema de forma pacífica, apelando, por isso, a que todos os envolvidos procedam com contenção e façam uma escolha responsável, por forma a aliviar as tensões nesta situação altamente sensível e complexa.
A porta-voz disse também que está em consonância com os interesses fundamentais tanto da RPDC quanto da RDC, visando melhorar os laços bilaterais através do diálogo e promover a reconciliação.
"Esperamos que os dois lados possam trabalhar juntos e criar condições para reiniciar o diálogo", concluiu Hua.