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Governo brasileiro anuncia aumento da meta do déficit fiscal para 2017

Fonte: Xinhua    17.08.2017 08h36

Brasília, 17 ago (Xinhua) -- O governo brasileiro anunciou nesta terça-feira o aumento da meta de déficit primário do setor público para este ano de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões (US$ 43,7 bilhões para US$ 50 bilhões) devido à queda da arrecadação e à baixa atividade econômica.

A informação foi divulgada pelos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, depois de uma série de reuniões com o presidente Michel Temer e sua equipe de colaboradores mais próximos.

Meirelles explicou que a revisão da meta se deveu à baixa arrecadação nos primeiros seis meses do ano, que está em R$ 42,5 bilhões e, portanto, abaixo do previsto.

A divulgação havia sido adiada duas vezes por impasse dentro do governo. Os políticos queriam mais dinheiro para gastar em obras, e a equipe econômica buscava economizar.

A medida deverá ser referendada pelo Congresso e o governo pedirá também para elevar a meta do déficit do ano que vem, fixada inicialmente em R$ 129 bilhões (cerca de US$ 40,5 bilhões).

O governo de Michel Temer foi obrigado a deixar de lado suas promessas de responsabilidade fiscal e reequilíbrio das contas públicas, em grande parte, para satisfazer as demandas de aliados no contexto da grave crise política que o país atravessa, provocada por uma série de denúncias de corrupção contra autoridades, entre elas o próprio presidente da república.

O governo enfrenta dificuldades para cumprir a meta fiscal devido ao fato de que recuperação da economia brasileira está sendo mais lenta do que o esperado e, em consequência, a arrecadação tributária foi menor que a prevista.

Para tentar cumprir a meta deste ano, o governo bloqueou parte dos gastos públicos e aumentou alguns impostos, como os que incidem sobre os combustíveis.

Além disso, o governo esperava ter ingressos adicionais este ano, provenientes do programa de repatriação de ativos no exterior, que acabaram sendo inferiores a 20% das previsões iniciais.

Nos últimos dias, porta-vozes das agências classificadoras de risco adiantaram a possibilidade de que, com a deterioração das contas públicas brasileiras, o 'rating' do país poderia sofrer um novo rebaixamento, depois de ter perdido o chamado "grau de investimento' desde 2015, devido ao forte aumento da dívida pública.

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