Hohhot, 13 set (Xinhua) -- A China é um dos países mais bem sucedidos do mundo em reflorestamento de desertos e tem experiências para compartilhar com o mundo no que diz respeito ao controle da desertificação, disse um funcionário de alto escalão das Nações Unidas.
Erik Solheim, vice-secretário-geral da ONU e diretor executivo do UNEP, agência ambiental do órgão, disse que a principal inspiração da China é não ver a desertificação como um problema, mas uma oportunidade para crescimento de empregos e alívio da pobreza.
Ele fez as observações em uma entrevista à Xinhua ao participar da 13ª sessão da Conferência das Partes (COP13) para a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD).
"O que eu realmente espero ver nesta conferência é que a China compartilhe sua experiência com o mundo", disse ele.
Solheim fez referência ao Deserto Kubuqi, o sétimo maior da China, que está localizado na região norte. Cobrindo uma área de 18,6 mil quilômetros quadrados, ele era fonte de frequentes tempestades de areia que atingiam Beijing. Nas últimas três décadas, um terço do deserto foi reflorestado e 102 mil pessoas foram tiradas da pobreza.
"Em Kubuqi, eles forneceram empregos em energia solar, eco-turismo, e cultivo de ervas medicinais. Isto é exatamente o que nós precisamos fazer: reflorestar o deserto e tirar as pessoas da pobreza", afirmou.
Um relatório de política do UNEP disse que o centro do sucesso em Kubuqi é seu modelo comercial sustentável e o estabelecimento de um sistema que incorpora instrumentos de política, investimento do setor privado e ativa participação dos moradores locais.
Solheim disse que há muitos exemplos positivos em Xinjiang, Shaanxi, Gansu e outras regiões provinciais.
Os países ao longo do Cinturão e Rota lançaram no domingo um mecanismo de cooperação para combater a desertificação. Solheim disse que a Iniciativa do Cinturão e Rota é um modo para a China compartilhar com o mundo sua experiência de reflorestamento de desertos.
Ele disse que países como Irã e outros na Ásia Central e África podem se beneficiar da tecnologia e perícia chinesa por meio da cooperação.
Cerca de 1,4 mil representantes de 196 países e regiões e mais de 20 organizações internacionais participaram da conferência bienal. A principal tarefa da sessão é buscar soluções para a meta sustentável da ONU de "alcançar um mundo livre da degradação da terra até 2030" e desenvolver um novo quadro de estratégia da UNCCD para o período 2018-2030.