Brasília, 24 out (Xinhua) -- O estudante brasileiro de 14 anos que matou dois colegas e feriu outros quatro na sexta-feira passada foi levado nesta segunda-feira para um centro de internação para adolescentes infratores em Goania, capital do estado de Goiás (centro-oeste), ficando à disposição do Poder Judiciário.
Segundo a Polícia Civil, o jovem cumprirá a decisão de internação provisória enquanto se produzem os laudos periciais restantes para determinar o número de disparos realizados e outras diligências.
O Brasil entrou em choque na última sexta-feira com a notícia de que o estudante, filho de policiais, tinha atirado à queima-roupa contra seus colegas, dentro da sala de aula.
O incidente aconteceu na oitava série do ensino fundamental do Colégio Goyases, situado em um bairro de classe média de Goiania.
Os dois alunos mortos foram identificados como João Vitor Gomes e João Pedro Calembo, de 12 e 13 anos de idade, e os quatro feridos foram três meninas e um menino.
A tragédia só não foi maior graças à intervenção de uma coordenadora da escola que, mesmo correndo risco, conseguiu controlar o adolescente e levá-lo para a biblioteca, enquanto a polícia e as ambulâncias eram acionadas.
Segundo os investigadores, o adolescente revelou ter planejado o crime com dois meses de antecipação e afirmou que se inspirou em duas tragédias ocorridas em escolas.
Uma delas ocorreu em 1999, em Columbine, Estados Unidos, quando dois estudantes mataram 12 colegas e um professor e feriram 23 pessoas; a outra aconteceu em 2011, no Rio de Janeiro, quando um ex-aluno entrou em uma escola pública situada no subúrbio de Realengo, matando 12 crianças e ferindo dez.
Durante o depoimento na delegacia, o jovem, que, por lei, não pode ser identificado, declarou que sofria bullying por parte de alguns colegas, embora a escola não tenha registro de reclamação dele e seu pai, um major da polícia militar, tenha afirmado que o tema também não foi citado pelo menor em casa.