Câmara dos Deputados inicia análise da nova denúncia contra o presidente Michel Temer

Fonte: Xinhua    25.10.2017 13h53

Brasília, 25 out (Xinhua) -- O plenário da Câmara dos Deputados iniciou nesta terça-feira a análise da denúncia contra o presidente Michel Temer por tentativa de obstrução de justiça e associação criminosa, apresentada pela Procuradoria Geral da República.

Também foram denunciados por associação criminosa os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral).

O procedimento começou com a leitura do parecer aprovado na semana passada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que recomendou a rejeição da denúncia contra Temer e os ministros.

A expectativa é que a denúncia seja submetida à votação do plenário na quarta-feira, depois dos pronunciamentos da defesa e dos deputados inscritos para discursar.

Segundo a Constituição brasileira, para que a denúncia seja aceita e enviada ao Supremo Tribunal Federal, são necessários 342 votos, equivalentes a dois terços do total de 513 deputados.

A base aliada ao governo acredita que terá número suficiente de votos para barrar a segunda denúncia contra Temer, tal como ocorreu com a primeira, rejeitada em agosto.

Para obter o apoio dos parlamentares, Temer mais que dobrou o número de liberações de emendas parlamentares em outubro, que são recursos previstos no orçamento do governo e cuja aplicação é indicada por deputados e senadores. O dinheiro é usado em projetos e obras nos estados e municípios.

De acordo com dados da Câmara dos Deputados divulgados nesta terça-feira pelo portal de notícias G1, as emendas individuais, que tinham totalizado R$ 138 milhões (US$ 42,4 milhões) em agosto e R$ 273 milhões (US$ 84 milhões) em setembro, saltaram para R$ 687 milhões (US$ 211 milhões) nos primeiros 23 dias de outubro.

A ampliação da liberação das emendas repetiu o ocorrido em maio, quando o valor chegou a R$ 89 milhões (US$ 27,3 milhões), um salto imenso em comparação com os R$ 6 milhões (US$ 1,84 milhão) liberados até abril, passando depois para mais de R$ 1,8 bilhão (US$ 554 milhões) em junho e R$ 2,2 bilhões (US$ 677 milhões) em julho, dias antes da votação realizada no inicio de agosto.

Além das emendas, o governo tem atendido a demandas de grupos de deputados,como no caso da chamada 'bancada ruralista', que representa os interesses do agro-negócio, no qual o presidente ordenou a alteração das regras de fiscalização contra o trabalho escravo, o que gerou grandes protestos no país.

(Web editor: Juliano Ma, editor)

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