BONN, 8 de nov (Diário do Povo Online) – A China prepara-se para desempenhar um papel mais assertivo e se esforçará na promoção do Acordo de Paris, visando o combate ao aquecimento global na conferência de mudanças climáticas que está sendo realizada em Bonn, na Alemanha, de acordo com delegados do país.

Gou Haibo, representante sênior para negociações de mudanças climáticas da chancelaria chinesa, disse em uma coletiva de imprensa em Bonn que a China será capaz de alcançar as metas de redução de carbono antes do prazo originalmente previsto.

Estima-se que a China será capaz de reduzir as suas emissões de carbono por unidade do PIB em 45% até o final de 2020, face aos níveis de 2015.

A decisão do presidente norte-americano Donald Trump de retirar os EUA do Acordo de Paris reduziu a confiança global no combate aos desafios climáticos. Perante essa situação, a China está confiante em poder vir a desempenhar um papel de liderança nas negociações globais neste domínio, ao invés de apresentar apenas planos e sugestões construtivas, de acordo com Gou.

Das 83 propostas apresentadas pelos negociadores dos quase 200 países signatários, cinco provieram da delegação chinesa.

Lu Xinming, vice-diretor do departamento de mudanças climáticas da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, a principal instituição de planejamento econômico do país, assinalou que a China tem a responsabilidade de orientar e ajudar outros países a combater os desafios climáticos.

Washington prometeu três bilhões de dólares para o Green Climate Fund, mas, na verdade, gastou apenas cerca de um bilhão. O fundo foi criado para arrecadar dinheiro de países desenvolvidos para projetos ambientais em países em desenvolvimento.

A comunidade internacional espera que a China possa preencher o vazio financeiro, considerando o rápido crescimento econômico do país e o seu forte compromisso.

"Fazer o máximo que pudermos na China é o maior contributo que podemos dar", disse Lu.

Bai Yunwen, pesquisadora sênior da ONG chinesa Greenovation Hub, disse que o desempenho de um papel de liderança não significa que a China tenha que elevar os seus objetivos de redução do carbono para assumir a liderança.

Além de reduzir os seus próprios níveis de emissão de carbono, a China tem desempenhado um papel significativo na prestação de ajuda a outros países menos desenvolvidos potenciando a sua participação no acordo climático, acrescentou Bai.