Terminada a incursão por este fragmento da primeira dinastia imperial chinesa, chega a hora de regressar ao centro de Xi’an. Próxima paragem: Pagode do Grande Ganso Branco.
Enquanto um dos icónicos edifícios representativos do budismo presentes na cidade, o pagode encontra-se circunscrito no complexo do Templo da Misericórdia e Bondade.
À entrada do templo eis que sou confrontado com um verdadeiro apelo aos sentidos: propaga-se no ar o odor característico do incenso, ressoam sinos, tangem as claves de madeira, entoam-se sistematicamente os monocórdicos cânticos budistas, cirandam monges na tradicional indumentária escarlate e laranja. Diante de mim, observa-me com olhar circunspecto o lendário monge Xuanzang, o protagonista da epopeia até à Índia, durante a dinastia Tang, onde rumara em busca das escrituras budistas e as trouxe de volta à China (o pagode servira de repositório a estes textos), contribuindo para o aprofundamento do conhecimento desta religião no seu país natal. A viagem viria mais tarde, na dinastia Ming, a ser imortalizada com uma pitada de ficção na já mencionada Jornada ao Oeste.
Devido às minhas limitações de conhecimento da religião budista, devo confessar que me é um pouco difícil decifrar os inúmeros caracteres eruditos que adornam paredes, estátuas e quadros. O mesmo se aplica à forma de interpretar a diversidade de objetos artísticos que despontam por cada recanto. Todavia, o seu encanto é inegável, mesmo aos olhos mais leigos.
O interior do complexo do templo conta ainda com pequenos jardins que fazem as delícias de visitantes de todas as idades que tiram fotografias e correm pelos corredores em ziguezague sobre pequenos lagos cuidados.
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