Fugitivo chinês produz documentos falsificados para produzir "revelações ", diz polícia chinesa

Fonte: Diário do Povo Online    24.04.2018 13h42

Guo Wengui, um dos fugitivos mais procurados da China, terá pedido a duas pessoas para forjar documentos oficiais de nível nacional, posteriormente usados como revelações de segredos de estado, como forma de pedir asilo político aos Estados Unidos, revelou a polícia chinesa na segunda-feira.

Guo, de 51 anos, fugiu da China depois de ser acusado de múltiplos crimes em 2014. O fugitivo encontra-se atualmente nos EUA, estando registrado na Interpol como um dos criminosos mais procurados para extradição.

Desde agosto de 2017, Guo incitou Chen Zhiyu, 41, e seu irmão gêmeo, Chen Zhiheng, a forjar mais de 30 documentos oficiais de nível nacional contendo materiais "ultra-secretos" e "confidenciais", supostamente divulgados pelo Partido Comunista da China, Comitê Central, Conselho de Estado e ministérios e comissões relevantes, informou a Secretaria de Segurança Pública de Chongqing na segunda-feira à tarde.

Os gêmeos foram presos na China a 18 de fevereiro e confessaram os crimes de falsificação de documentos, segundo a polícia, que já iniciou um processo criminal sob a acusação de falsificação de documentos governamentais.

O que Guo e os gêmeos fizeram prejudica significativamente a segurança nacional da China, reiterou a polícia. Ao divulgar documentos em plataformas de mídia no exterior, eles prejudicaram deliberadamente a imagem da China e enganaram o público, reforçaram as autoridades.

A 5 de outubro de 2017, Guo revelou um "documento secreto do governo chinês" para despachar secretamente policiais chineses para os EUA, alegando que o mesmo foi confirmado como "genuíno" pelas agências do governo dos EUA.

No dia 2 de janeiro, o website americano Washington Free Beacon revelou um documento sobre a decisão da China de aprofundar as soluções para a questão nuclear da República Democrática Popular da Coréia. O website alegou que o documento era um "documento interno do governo chinês". Os documentos atraíram o interesse da imprensa e do Departamento de Estado dos EUA, segundo a polícia.

Os departamentos governamentais na China avaliaram e identificaram todos os documentos como falsificações. O Ministério da Segurança Pública designou o Departamento de Segurança Pública de Chongqing para investigar a situação.

De acordo com a investigação, os gêmeos viram uma oportunidade de lucro depois que Guo ofereceu publicamente recompensas pelos chamados documentos confidenciais do governo chinês em maio de 2017. A dupla então contatou Guo. Depois de várias interações, Guo estava convencido de que Chen Zhiyu seria capaz de forjar documentos do governo, e começaram a trabalhar juntos em agosto de 2017.

Eles concordaram que um salário mensal de 4000 dólares seria pago a Chen Zhiyu, que trabalharia em tempo integral para fornecer os materiais necessários para a "revelação". Guo cobria as despesas diárias e viagens de Chen, tendo prometido um fundo de 50 milhões de dólares à disposição de Chen. Chen Zhiyu se encontrou com Guo, a convite do mesmo, e seus assistentes nos EUA quatro vezes.

Guo definia os tópicos ou temas para os documentos falsificados. Chen Zhiyu, que estava familiarizado com a elaboração de documentos e a formulação de especificações, devido à sua experiência anterior em agências governamentais nacionais, redigia então os documentos, segundo explicou a polícia.

Chen Zhiyu enviava os documentos criptografados para Chen Zhiheng. Chen Zhiheng, que tinha experiência em computação, editava e processava os cabeçalhos dos documentos e os selos oficiais, aplicando-os aos documentos forjados.

Foi também revelado que Guo e os gêmeos fabricaram informações sobre vários líderes do país, de níveis provincial ou ministerial, abrangendo informações como casos extraconjugais, filhos ilegítimos nascidos no exterior, propriedades ilegalmente possuídas e valores em depósitos, segundo os investigadores.

O caso está ainda sob investigação, e as autoridades continuarão divulgando atualizações sobre os desenvolvimentos, acrescentou a polícia.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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