Enquanto uma das paragens da antiga Rota da Seda, nesta cidade disseminaram-se culturas, tecnologias, gastronomias, religiões, entre outros. A realidade sociocultural da Xi’an dos dias de hoje é um espelho dessa pluralidade, e o bairro da etnia hui — uma minoria étnica chinesa ali estabelecida, praticante da fé muçulmana — um dos expoentes desta panóplia humana.
O bairro é talvez o grande motivo pelo qual Xi’an se tornara um destino de peregrinação dos “chihuo” – uma tribo da China contemporânea que endeusa o prazer elementar de comer — de toda a China, dos quais eu, desde que assentei arraiais neste país, me tornei neófito. A cidade assume o protagonismo de uma das grandes mecas gastronómicas chinesas, onde imperam receitas derivadas do trigo, o alimento predominante na cozinha do norte, em contraponto com o arroz, no sul.
Sendo este um local turístico de eleição, em pleno período nacional de férias, o inevitável confirmou-se, à semelhança do episódio do museu.
Um dilúvio de pessoas inundava o espaço relativamente exíguo da artéria principal do bairro. Enquanto me debatia para me esgueirar paulatinamente por entre a multidão, todo um fenómeno se desenrolava em meu redor.