Teerã, 7 mai (Xinhua) -- Se os Estados Unidos saírem do acordo nuclear, será um "pesar histórico", disse neste domingo o presidente do Irã, Hassan Rouhani.
Rouhani desvalorizou as ameaças de Washington, dizendo que os iranianos não têm medo dos Estados Unidos. "Esta grande nação continuará seu progresso e desenvolvimento", independentemente das ameaças, disse ele.
Rouhani disse que a república islâmica está preparada para qualquer decisão dos Estados Unidos em relação ao acordo nuclear.
"Precisamos saber que a decisão da próxima semana (dos Estados Unidos) não vai mudar nossas vidas", disse ele.
O governo iraniano deu as instruções necessárias aos órgãos executivos do país desde alguns meses atrás, e "a Organização de Energia Atômica do Irã também recebeu ordens para lidar com a possível retirada dos EUA do acordo nuclear", disse ele.
O Irã ameaçou retomar as atividades de enriquecimento nuclear caso o presidente dos EUA, Donald Trump, retire os EUA do acordo nuclear.
Espera-se que Trump decida até o dia 12 de maio se vai ou não sair do acordo nuclear, e ele disse que não estenderia a suspensão, terminando com as sanções dos EUA ao Irã.
Em janeiro, Trump estendeu as sanções ao Irã sob o acordo pela última vez, ameaçando retirá-lo, se o Congresso dos EUA e seus aliados europeus não pudessem consertar as supostas "falhas desastrosas".
O mundo inteiro, exceto os Estados Unidos, Israel e Arábia Saudita, está apoiando o acordo nuclear. O presidente iraniano atacou o pedido de Trump para que os europeus se juntassem ao seu plano.
"Eu declaro abertamente ao mundo inteiro, Europa, América, Ocidente e Oriente que não negociaremos com ninguém sobre os programas de armas e defesa do nosso país", disse Rouhani.
"Construiremos e armazenaremos qualquer quantidade de armas e mísseis de que o país possa necessitar. Não é da conta de ninguém que decisão o povo iraniano tomou em sua defesa", ressaltou.
Além disso, o vice-presidente do Parlamento iraniano, Ali Motahhari, disse no domingo que o acordo nuclear dos Estados Unidos seria uma "dupla vitória" para a república islâmica.
Caso Washington abandone o acordo nuclear, por um lado, ele perderá sua posição internacional e, por outro, o Irã não será mais obrigado a cumprir seus compromissos no âmbito do JCPOA, disse Motahhari, segundo a agência de notícias Tasnim.
No domingo, Ali Akbar Velayati, assessor sênior do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, também disse que "se os americanos optarem por deixar o acordo nuclear, a república islâmica está pronta para combater sua medida de maneira proporcional", informou a Press TV.
O Irã tem uma mão aberta para responder a qualquer decisão sobre o destino do JCPOA, disse Velayati, acrescentando que os americanos podem testar essa questão.
Além disso, o chefe das Forças Armadas iranianas, Major General Mohammad Baqeri, disse que as forças armadas do país estão prontas para lidar com qualquer possível ameaça representada por inimigos da república islâmica.
"No presente momento, as forças armadas estão mantendo um alto nível de alerta para responder a qualquer ameaça e ato de agressão por parte dos inimigos do Irã", disse Baqeri no domingo, durante uma reunião de forças militares no sudoeste da província de Khuzistão.
Ele acrescentou que "a América devoradora de mundo, o regime usurpador sionista (de Israel) e os regimes reacionários regionais vêm tentando ameaçar e dar um golpe na Revolução Islâmica do Irã nos últimos 40 anos", disse ele.
No entanto, "os inimigos do Irã" não foram capazes nem mesmo de dar um pequeno golpe na república islâmica, disse ele.
