
Lisboa, 8 mai (Xinhua) -- O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou nesta segunda-feira que estaria preparado para convocar uma eleição geral antecipada se as negociações para o Orçamento do Estado de 2019 fossem interrompidas.
"Eu considero o orçamento tão fundamental que, se ele não for aprovado, eu teria que pensar duas vezes em outra coisa que considero essencial para o país, e é que esta legislatura seja cumprida até o fim", disse ele em entrevista ao jornal Rádio Renascença.
A próxima eleição geral portuguesa está prevista para 2019 e deve ser realizada até outubro. As negociações para o Orçamento do Estado para 2019 devem começar em agosto deste ano.
É provável que as negociações sejam "mais complexas do que no ano passado", afirmou Rebelo de Sousa.
Na última eleição geral em 2015, a coligação do Partido Social-Democrata (PSD) e do Partido Social-Democrata-Central (CDS-PP) obteve a maioria dos votos, mas não o suficiente para formar um governo.
O Partido Socialista (PS) fez um acordo com o Partido Comunista Português (PCP) e o Bloco de Esquerda (BE) para permitir que o PS governasse como um governo minoritário.
Inicialmente descartada pelo PSD como uma frágil "engenhoca", a coalizão informal provou ser um sucesso relativo. As contusões que o PSD sofreu posteriormente em outubro de 2017 nas eleições municipais forçaram uma mudança de tática.
O PSD elegeu um novo líder em janeiro, Rui Rio, que prometeu colaborar com o PS, a fim de garantir reformas importantes. O Rio já assinou vários acordos de cooperação com o primeiro-ministro do PS, António Costa.
Enquanto isso, há rumores de descontentamento nas fileiras de BE e PCP, e não apenas sobre Costa flertando com o PSD. As promessas feitas pelo PS para obter o apoio da BE e PCP para os orçamentos de 2017 e 2018 não foram totalmente cumpridas.
Perguntado se ele imaginou um cenário em que o BE e o PCP vetasse o orçamento de 2019, mas o PSD permitindo que ele passasse, Rebelo de Sousa disse: "Eu não sei, isso é uma questão a ser colocada ao líder do PSD".
Mas Rebelo de Sousa, ele próprio um ex-líder do PSD, acrescentou que "esta não é uma questão pessoal, é institucional, e venha o que vier, deve haver um orçamento aprovado pronto para entrar em vigor em 1º de janeiro de 2019".
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