O presidente americano anunciou dia 8 a retirada dos EUA do acordo nuclear iraniano, bem como a aplicação de mais sanções ao país. Tal decisão despoletou várias reações por parte da comunidade internacional, tendo o Irã e outros países integrantes do acordo declarado a sua posição e permanência no mesmo.
Desde que Trump assumiu o cargo de presidente, o governo anunciou a sua retirada do Acordo de Paris, TPP (Parceria TransPacífico), UNESCO, entre outros. Após a sucessiva “quebra de contratos”, cada vez mais pessoas se perguntam qual é a “consciência contratual” dos EUA.
Na tarde do dia 8, hora local, Trump anunciou oficialmente a retirada dos Estados Unidos do acordo sobre a questão nuclear iraniana. No discurso transmitido pela televisão, Trump acusou mais uma vez o acordo de ser "defeituoso", acrescentando que o país iria reiniciar as sanções impostas sob o acordo e impor sanções econômicas mais rigorosas ao Irã.
A questão nuclear iraniana, acordada entre seis países (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Alemanha) e o Irã, após anos de negociações, viu o consenso alcançado em julho de 2015, sendo um dos acordos mais significativos alcançados pela comunidade internacional para impedir a proliferação nuclear.
Segundo o mesmo, o Irã concordou em cessar os planos de pesquisa e desenvolvimento de armas nucleares em troca da suspensão dos sansões aplicados pela comunidade internacional.
Mas para Trump, o acordo nuclear iraniano assinado durante o governo Obama sempre foi um problema. Desde a eleição presidencial de 2016, Trump referiu repetidamente a existência de "defeitos catastróficos" no acordo nuclear, caracterizando-o como um "erro histórico".
Face a esta decisão "caprichosa" do presidente dos EUA, muitos países expressaram grave preocupação, desapontamento e pesar. As outras partes do acordo têm também uma atitude clara: elas não se retirarão e continuarão a trabalhar para implementar o acordo. O Irã afirmou também que ficará temporariamente no acordo e negociará com as restantes partes em breve.
A retirada dos Estados Unidos inevitavelmente afetará as perspetivas do acordo nuclear do Irã. Todavia, os especialistas apontam que a decisão de Trump não terá "consequências fatais" para o acordo.
Hua Liming, ex-embaixador chinês no Irã disse, em uma entrevista, que a retirada dos EUA do acordo poderá ser um golpe considerável, mas o mesmo é limitado. As exportações de petróleo do Irã para os EUA cessaram há muito tempo, e, basicamente, não há comércio entre os dois países, embora a atitude dos EUA venha a impedir que o Irã compre aviões Boeing.
Mas "o Irã sabe que, enquanto o acordo permanecer em funcionamento com os outros países, as sanções não serão retomadas e o apoio à economia do Irã não será afetado”. Esta é também a razão pela qual depois que os EUA anunciaram a sua retirada, o Irã não teve qualquer ação direta, como reiniciar o enriquecimento de urânio.
(Com informaões da ChinaNews)