Alguns estudantes da China terão de se candidatar aos vistos anualmente, outros enfrentarão diversos obstáculos

O plano dos EUA de reduzir a duração dos vistos emitidos a certos estudantes chineses tem despoletado uma onda de críticas do governo chinês e de várias universidades.

O Ministério das Relações Exteriores chinês anunciou na quarta-feira que os EUA e a China deverão ambos tomar medidas ativas para facilitar o intercâmbio de quadros, algo que é considerado vital para a cooperação sino-estadunidense.

“A facilitação da emissão de vistos entre os dois países é recíproca e mutuamente benéfica”, afirmou Hua Chunying durante uma coletiva de imprensa.

“Ambos países devem criar condições mais favoráveis para facilitar o intercâmbio interpessoal, ao invés do contrário”, disse dela.

Os comentários surgiram após o governo norte-americano ter anunciado planos para restringir a emissão de vistos a alguns estudantes a partir do dia 11 de junho, segundo vários órgãos de comunicação social americanos.

Mediante a nova política, os estudantes universitários chineses em áreas relacionadas com tecnologias de ponta, robótica ou aviação irão receber vistos de um ano, enquanto que os restantes cidadãos chineses terão de obter permissão de “múltiplas agências dos EUA” se quiserem ser empregues num leque de empresas listadas pelo Departamento de Comércio dos EUA, segundo a Associated Press.

Chu Zhaohui, um investigador do Instituto Nacional das Ciências da Educação da China, refere que a medida revela que os EUA estão tentando impedir o desenvolvimento das indústrias de tecnologia de ponta com maior prioridade no setor manufatureiro do governo chinês.

Um estudante da Universidade de Cornell, que preferiu apenas identificar-se pelo apelido “Yan”, disse que a nova política será inconveniente e que terá de despender de mais dinheiro e tempo.

“Terei de renovar a minha candidatura ao visto todos os anos sob a nova política”, disse Yan, que está fazendo mestrado em engenharia elétrica e de computadores.

Em 2014 os EUA haviam anunciado uma política que permitia aos estudantes chineses a renovação de vistos de estudante a cada 5 anos, ao invés de anualmente.

Shi Yan, da consultora Chivast Education International, disse que a limitação dos vistos de estudante iria provavelmente também atingir as universidades dos EUA.