Passagem de navio de guerra americano no Estreito de Taiwan poderá provocar resposta de Beijing

Fonte: Diário do Povo Online    06.06.2018 10h14

A passagem de um navio de guerra americano pelo estreito de Taiwan não contribuirá para a melhoria da atual situação e pode provocar mais ações de Beijing, segundo os analistas da parte continental da China.

“Os EUA devem lidar prudentemente com a questão de Taiwan para evitar danos aos laços bilaterais, à paz e à estabilidade na região do Estreito de Taiwan”, afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, nesta terça-feira (5).

"A questão de Taiwan é a mais importante e sensível nas relações China-EUA", disse Hua, em resposta à notícia da Reuters, que informa que os EUA estavam considerando enviar um navio de guerra através do Estreito de Taiwan.

Os EUA examinaram os planos da passagem de um porta-aviões, mas não irão prosseguir, presumivelmente por consideração pela China, reiterou uma autoridade dos EUA.

"Os EUA sentem vontade de ajudar Taiwan, agora que a região se depara com uma maior pressão por parte de Beijing e cada vez mais países a cortarem as suas ‘relações diplomáticas’ com Taiwan", disse Wu Xinbo, diretor do Centro de Estudos Americanos da Universidade de Fudan.

Mas esta decisão dos EUA pouco contribuirá para ajudar Taiwan, já que a ilha é apenas uma carta para intimidar a China, disse Wu, acrescentando que qualquer provocação pode solicitar resposta de Beijing.

"A questão de Taiwan é uma linha que não pode ser tocada ou trespassada", disse o Tenente-general He Lei, vice-diretor da Academia de Ciências Militares do Exército de Libertação Popular (ELP), no Diálogo Shangri-La deste ano, em resposta aos comentários do Secretário de Defesa dos EUA, James Mattis.

He ressaltou que "o ELP tem a determinação, confiança e capacidade de salvaguardar a soberania, a união e os interesses de desenvolvimento da China".

O Ministério da Defesa alertou em novembro que realizaria exercícios militares frequentes na área.

“A fação pró-independência de Taiwan não tem escolha a não ser buscar a ajuda dos Estados Unidos, Japão ou até mesmo da Índia”, afirmou Wu Yaming, especialista em relações entre os dois lados do estreito, ao Global Times.

Wu referiu que os EUA e a China devem pôr termo ao crescente antagonismo sobre a questão de Taiwan, uma vez que “a ilha será reunificada mais cedo ou mais tarde, e tal não será influenciado por uma decisão dos EUA”.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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