Por Andreia Carvalho
A cidade de Hechi, situada no nordeste da Região Autônoma Zhuang de Guangxi, é o lar de 4.2 milhões de habitantes, dos quais 85,3% pertencem a minorias étnicas, sendo também conhecida pela longevidade dos seus habitantes (838 pessoas com mais de 100 anos, das quais 28 têm mais de 110).
É nesta região que a etnia Baiku Yao reside, uma das 9 minorias étnicas locais. “Baiku” significa “calças brancas” em mandarim, e dá nome a uma das etnias Yao, caracterizada pelas calças brancas usadas pelos homens.
Maioritariamente residente nas montanhas, isolados por acessos difíceis e sem rendimentos suficientes, os seus habitantes, atualmente divididos em 8 comunidades, serão relocados na Área Lihu.
Área Lihu em construção.
Esta área, sendo construída pelo Desenvolvimento Turístico de Guangxi Mengzhiyao Co., LTD, com um investimento estimado de 430 milhões de yuans, será o futuro lar de 6489 pessoas, como parte das medidas postas em prática para a meta governamental de retirar 135 mil pessoas da pobreza na região.
“Há casas de vários tamanhos, com um quarto até quatro quartos. O preço de aluguer é de 120 yuan por metro quadrado”, informou uma das responsáveis pelo projeto.
Em 6 meses, 332 casas foram construídas, cumprindo os prazos estabelecidos pelo governo. No entanto, a população ainda não foi relocada, pois a nova área residencial carece ainda dos serviços necessários ao dia-a-dia dos residentes, como escolas, centro médico, lojas, entre outros.
Área Lihu em construção.
Lihu será desenvolvida com o objetivo de se tornar uma área cénica de nível AAAAA (o mais alto), onde será apresentada a cultura da etnia Baiku Yao, e será explorado o setor do turismo, como medida de combate à pobreza.
Desta forma, explicou a responsável, os locais poderão ver os seus rendimentos aumentar através de 5 formas: turismo, lojas e serviços; emprego em grupos locais, como a empresa Licores Daquan, entre outras; programas de incentivo ao uso do comércio eletrônico para pequenos negociantes; aluguer ou rentabilização dos próprios terrenos; ou obtendo empréstimos através do programa de erradicação de pobreza para investimento.
Com o futuro em mente, e melhores condições habitacionais, Li Zhen, de 21 anos, foi das primeiras habitantes a ser relocada em Lihu, juntamente com a sua família.
“As condições são muito melhores aqui”, afirmou, segurando o filho de sete meses no colo.
A apenas alguns quilómetros de Lihu, a Área de Demonstração da Integração do Turismo Agrícola de Nandan, também conhecida como Geyasigu: Jardim Folclórico da Minoria Étnica Baiku Yao, é uma área cénica de nível AAAA, que, como indica, reflete a cultura dos Baiku Yao.
He Jianjun, da minoria étnica Baiku Yao interpreta uma canção local.
Com um investimento total de 221 milhões de yuan, os 9,2 quilómetros de área que incluem lojas, um museu, um restaurante típico e um hotel, fazem de Geyasigu um local premiado e distinguido a nível nacional.
No primeiro semestre de 2017, a área de demonstração recebeu mais de 260.000 visitantes, tendo a renda líquida per capita dos agricultores nas áreas centrais atingido os 3560 yuan, 24,6% superior à dos agricultores em outras áreas, e 28,58% mais alta que a das famílias rurais locais.
Mulheres da minoria étnica Baiku Yao recebem jornalistas estrangeiros em Geyasigu. Os trajes tradicionais são manualmente costurados, um processo que pode demorar um ano.