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Licor Danquan: um dos segredos da cidade Hechi

Fonte: Diário do Povo Online    29.06.2018 09h34

Por Andreia Carvalho

O município Nandan, em Hechi, na Região Autônoma Zhuang de Guangxi, guarda um dos tesouros da cultura chinesa, o baijiu - licor chinês feito à base de milho-zaburro, trigo e arroz -, tradicionalmente produzido e conservado no complexo da Indústria de Licores Danquan Co. Ltd.

Fundada em 1956, a empresa passou de estatal a privada em 2003..

Indústria de Licores Danquan Co. Ltd.

Nos últimos anos, a empresa investiu mais de 1 bilhão de yuans em ativos fixos e cerca de 2 bilhões de yuans em capital para o estabelecimento de sistemas e tecnologia de vinificação, plantações de grãos, pesquisa e desenvolvimento de processos de fermentação e destilação, bem como para o turismo industrial.

A capacidade de produção anual é de 70.000 toneladas, incluindo 15,000 de licores Maotai – a marca mais reconhecida da China -, 5000 toneladas de licores Luzhou e 50.000 toneladas de licores de arroz, afirmou Wu Yongquan, diretor executivo da empresa.

Com um rendimento de 3 bilhões em 2016, a empresa viu o seu licor Danquan ser classificado com Nível de Excelência a nível nacional, tendo recebido mais de 100 distinções pela qualidade dos seus produtos, bem como pelos projetos inovadores e de desenvolvimento local criados pela empresa.

Tendo em conta a evolução económica do país, a Licores Danquan está se focando agora na criação de um ponto turístico de nível AAAAA (o nível mais alto), implementando estratégias experimentais de marketing.

“Integrando o setor industrial, agricultura e turismo, a empresa tem promovido o desenvolvimento coordenado da região”, reforçou Wu.

Com um investimento de 350 milhões de yuans, a gruta Dongtianjiuhai foi criada, como a maior adega natural do mundo, estando classificada a nível nacional como uma área cénica AAAA.

Gruta onde são armazenados os potes de baijiu.

Actualmente, a empresa planeja investir 1 bilhão de yuans, para o estabelecimento de um parque industrial cultural. Com a gruta como núcleo, referiu Mo Weiming, gerente geral da empresa, um hotel, um salão cultural de exposições e a praça da Cultura do Licor Danquan serão construídos nas proximidades do complexo industrial.

A área de 1000mu conta, para além das fábricas de produção artesanal e embalamento, com o primeiro museu do setor do país.

O museu, já recebeu cerca de 105 mil visitantes, maioritariamente locais e da província de Guangxi. O preço de entrada é de 120rmb, incluindo a visita guiada e a degustação de várias variedades de baijiu, informou uma das funcionárias.

A fábrica tem atualmente cerca de 1200 funcionários, mas os números irão aumentar, afirmou Wu. “Com a nova estrutura, serão necessários mais funcionários, que serão distribuídos pela plantação e colheita, produção, embalagem, e principalmente no setor dos serviços”, acrescentou.

Como uma das medidas que visa ajudar a cidade a combater a pobreza, a empresa permite aos locais o aluguer de terrenos para cultivo dos ingredientes utilizados na sua produção, dos quais os habitantes retiram redimento, seja do uso dos terrenos, ou pelo salário proporcionado pelo trabalho realizado em favor da empresa, explicou Wu.

Baijiu do ano 2015, armazenado na gruta. Os potes aparentam maior longevidade devido ao bolor acumulado no seu exterior, causado pelo elevado grau de humidade da cave, mas sem qualquer influência na qualidade do licor. Tal como outros vinhos e licores em outros países, a qualidade do baijiu é proporcional à sua idade – quanto mais velho, melhor -, fator que influencia também o preço por litro, explicou uma funcionária.

 

O maior pote de licor do mundo, com uma capacidade de 1900 litros, conserva licor de arroz produzido em 2014.

 

A gruta foi comparada ao “Exército de Terracota”, em Xi’an, devido às várias fileiras de potes de baijiu alinhados como os soldados de terracota no local da sua descoberta. 

 

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