Por Cui Aimin
A China e Angola estabeleceram relações diplomáticas em 1983. Em 2002, Angola terminou a sua guerra civil de 27 anos, e a reconstrução se tornou a prioridade do país. No seguimento dos países ocidentais não cumprirem as suas promessas, a China auxiliou Angola, por via do apoio financeiro atribuído ao país africano, tendo este resultado numa fase de rápido desenvolvimento das relações bilaterais.
Em mais de uma década, a China recuperou ou reconstruiu 2800 km de ferrovias e 20.000 km de rodovias em Angola; construiu 100 mil habitações sociais, mais de 100 escolas e cerca de 50 hospitais; além de ter dado apoio à formação de 2.500 profissionais de comércio, agricultura, saúde, imprensa e polícia.
Atualmente, a China é o maior parceiro comercial e uma fonte de financiamento para Angola. Por seu turno, Angola é o segundo maior parceiro comercial e importante mercado de contratação de projetos para a China em África. As empresas chinesas contribuíram significativamente para o desenvolvimento socioeconômico local, tendo granjeado elogios do governo e da sociedade angolana.
A queda acentuada dos preços internacionais do petróleo em 2014 gerou um grande impacto na economia angolana. Reconhecida a importância da aceleração da diversificação econômica e industrialização, o governo angolano procura aprender com a experiência chinesa na reforma e abertura do país.
Desde a cimeira de Joanesburgo do Fórum de Cooperação China-África em 2015, a China tem concretizado, conjuntamente com Angola, os resultados da cimeira persistindo na sua política e no conceito de valores e interesses para com os países africanos, com base na sinceridade, efetividade, afetividade e honestidade.
Os projetos de construção com apoio do governo chinês em Angola, tais como o Centro de Técnicas Agrícolas e a Universidade de Relações Exteriores, foram já concluídos, e o processo de entrega está em andamento.
As companhias chinesas realizaram vários projetos de cooperação em diversos setores em Angola, incluindo o projeto de habitação social em Kilamba, a usina hidroelétrica em Caculo Cabaça, a usina de ciclo combinado em Soyo, o novo aeroporto em Luanda, entre vários outros projetos de construção de infraestruturas. A estes acrescentam-se os avanços notáveis na colaboração em áreas como agricultura, pecuária, pesca, indústria de processamento, manufatura, entre outras.
Estes resultados de cooperação pragmática promoveram o desenvolvimento econômico de Angola, melhoraram a vida do seu povo e a capacidade de desenvolvimento independente, criando uma base para a futura industrialização e modernização do país.
O presidente angolano, João Lourenço, disse em várias ocasiões que a China é um parceiro de referência para Angola, após assumir o cargo em setembro de 2017. O presidente valoriza a cimeira de Beijing do Fórum de Cooperação China-África, tendo sido um dos primeiros chefes de Estado africanos a confirmar a sua participação no evento. Angola demonstra um grande interesse pelas medidas de colaboração sino-africana no âmbito do fórum e na construção da Iniciativa do Cinturão e Rota.
Acredito que durante a cimeira de Beijing, os líderes dos dois países discutam o desenvolvimento dos laços bilaterais e a cooperação sino-africana, com base na iniciativa do Cinturão e Rota, em prol de um futuro promissor para as relações sino-angolanas.
(Cui Aimin é embaixador chinês em Angola.)