Beijing, 25 set (Xinhua) -- O Departamento de Comunicação do Conselho de Estado da China divulgou na segunda-feira um livro branco intitulado "Os Fatos e a Posição da China sobre a Fricção Comercial China-EUA", esclarecendo seis fatos importantes sobre o comércio e as relações econômicas entre a China e os EUA.
Segundo o documento, a atual administração dos Estados Unidos, em seu relatório da seção 301 e outros meios, estigmatiza a China acusando-a de "agressão econômica", "comércio injusto", "roubo de direitos de propriedade intelectual" e "capitalismo nacional".
"É uma distorção grosseira dos fatos sobre a cooperação comercial e econômica China-EUA. Ela faz vista grossa para o enorme progresso na reforma e abertura da China, bem como para a dedicação e o trabalho árduo do povo chinês", afirmou o livro branco.
"Isso desrespeita o governo e o povo da China, além de ser incompatível com os interesses reais do povo americano. Isso só vai agravar as diferenças e as tensões, que no final prejudicarão os interesses fundamentais de ambos os países", acrescentou o documento.
O livro branco esclarece seis fatos importantes sobre o comércio e as relações econômicas China-EUA: o déficit no comércio de bens não é, por si só, um bom indicador das relações comerciais e econômicas China-EUA; o debate sobre o comércio justo não deve estar separado do princípio de benefício mútuo defendido pela Organização Mundial do Comércio (OMC); a acusação de que a China força a transferência de tecnologia é contra o espírito de contrato; os enormes esforços e conquistas da China com relação à proteção dos direitos de propriedade intelectual (DPI) não devem ser descartados; o incentivo do governo chinês para que as empresas chinesas se tornem globais não deve ser distorcido como uma tentativa do governo de adquirir tecnologias avançadas por meio de fusões e aquisições comerciais; a política de subsídios da China está em conformidade com as regras da OMC e não deve ser atacada.
Ainda de acordo com o documento, no mundo atual de grande globalização e ampla produção internacional, a cooperação econômica e comercial bilateral já se estende para além do comércio de bens, disse o documento.
"Se levarmos esses três fatores em consideração, o comércio de bens, o comércio de serviços e a venda de subsidiárias locais no país anfitrião, a cooperação econômica e comercial oferece, no geral, benefícios equilibrados para a China e para os Estados Unidos, com os EUA colhendo mais benefícios líquidos", explicou o livro branco.
O princípio de benefícios mútuos defendido pela OMC significa reciprocidade geral e equilíbrio de interesses na abertura do mercado em todas as indústrias dos seus membros. "Isso é a genuína justiça global", destacou.
Desde que a China adotou a reforma e abertura, as empresas estrangeiras firmaram parcerias com empresas chinesas através da assinatura voluntária de contratos, explicou o documento.
"Elas transferiram sua capacidade de produção e demandas para a China por vontade própria, a fim de explorar o mercado emergente do país, baixar os custos de produção, lograr uma economia de escala e estender o prazo de lucro com determinadas tecnologias. Tratam-se de ações voluntárias baseadas nos interesses comerciais", afirmou.
"Não está de acordo com fatos históricos nem com o espírito de contrato rotular injustamente as transações bilaterais de forma voluntária como transferência forçada de tecnologia simplesmente com base nos avanços tecnológicos das empresas chinesas", acrescentou o documento.
De acordo com o livro branco, a atitude da China em relação à proteção dos DPIs é clara e firme. "O país continuou a reforçar a proteção através da legislação, da aplicação da lei e do judiciário, e logrou alguns sucessos notáveis".
É consistente com a OMC que o governo chinês encoraje as empresas a se tornarem globais e a se engajarem em intercâmbios econômicos internacionais e em cooperações, e a China cumpre conscientemente as regras da OMC sobre a política de subsídios", afirmou o documento.