São Paulo, 25 set (Xinhua)-- O setor cafeeiro do Brasil está buscando capturar uma fatia maior do mercado chinês, participando da próxima exposição de importação da China.
Pelo menos 12 produtores brasileiros de café estão se preparando para apresentar suas linhas gourmet na primeira edição da China International Import Expo (CIIE), que acontece de 5 a 10 de novembro, em Shanghai.
Como convidado de honra da exposição, o Brasil acredita ter uma oportunidade única de transformar essa exposição em aumento de vendas.
A exposição "é uma ótima plataforma para apoiar e promover a entrada de marcas brasileiras no mercado chinês, considerando a força que o café brasileiro tem no mundo", disse Igor Brandão, diretor de agronegócios da Agência Nacional de Promoção de Exportações (Apex).
A parceria estratégica abrangente do Brasil com a China, ambos membros das economias emergentes dos BRICS, juntamente com a Rússia, a Índia e a África do Sul, ajudou a obter o status de país convidado.
A feira também permite que representantes do governo brasileiro e do setor privado tenham uma visão em primeira mão dos "novos hábitos (de consumo) dos chineses", disse Brandão.
Dados compilados das vendas de café no gigante asiático "mostram que o consumo de café especializado triplicou na China", disse ele.
A promoção da indústria de café e grãos de alta qualidade do Brasil é tarefa da Associação Brasileira de Cafés Especiais, que está por trás de campanhas de mídia como "Brasil, a nação do café".
"Nós somos o maior produtor e exportador de café do mundo, mas o café brasileiro é colocado em uma mistura das marcas globais mais conhecidas. As pessoas em todo o mundo bebem diferentes marcas de café sem perceber que é brasileiro", reclamou Brandão.
A campanha visa mudar isso.
As exportações brasileiras de café para a China representam atualmente apenas 0,2% de suas vendas globais totais, segundo Brandão, com a Alemanha, os Estados Unidos e a Itália como seus maiores compradores.
"Temos muito espaço para crescer no mercado chinês de cafés especiais", disse Brandão.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil e o país sul-americano está buscando diversificar essa troca comercial.
Além disso, participar da exposição é um movimento estratégico, já que a China é o segundo maior importador do mundo.
Várias marcas de café estão desenvolvendo suas próprias campanhas de publicidade para atingir diretamente os consumidores chineses.
O Café Floresta, uma empresa fundada em 1940 na cidade de Santos, no sudeste do Brasil, principal porto da América Latina e sede da antiga Coffee Exchange, disse à Xinhua que está procurando parceiros comerciais chineses.
"Nosso interesse é colocar nosso café moído e torrado no mercado chinês, mas também queremos introduzir nossas inovações, como cafés aromatizados com chocolate, trufas, baunilha, nozes e amêndoas", disse Aderlanio Prado, representante comercial da empresa.
José Francisco Pereira, diretor geral da Cafés Monte Alegre, de 101 anos, disse que participar da exposição "visa expandir o mercado da marca na Ásia", onde já vende no Japão e na Coréia do Sul.
"O que nos diferencia é o café especial e a China é um mercado emergente para cafés especiais", disse Pereira.
Enquanto sua empresa não espera grande demanda dos supermercados chineses, vê oportunidades de vender para restaurantes e lanchonetes.
"Acreditamos no potencial dos consumidores chineses de cafés especiais", acrescentou ele.