O ministro venezuelano das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, segura uma versão em espanhol da Carta das Nações Unidas em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança sobre a situação na Venezuela, na sede da ONU em Nova York, 26 de janeiro de 2019. (Xinhua/Li Muzi)
Washington, 30 jan (Xinhua) -- Os Estados Unidos impuseram na segunda-feira sanções a uma empresa de petróleo estatal na Venezuela, a mais recente medida do governo Trump para aumentar a pressão sobre o presidente Nicolás Maduro para ceder poder à oposição.
As sanções à Petroleos de Venezuela, SA, conhecidas como PDVSA, bloquearão 7 bilhões de dólares em ativos e poderão resultar em 11 bilhões de dólares em vendas perdidas no ano que vem, disse o conselheiro de segurança nacional dos EUA, John Bolton, a jornalistas da Casa Branca.
As duras sanções de Washington contra a Venezuela chegaram dias depois de reconhecer o líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente interino do país latino-americano, denunciando o atual presidente Maduro, que venceu as eleições do ano passado com mais de dois terços dos votos.
O Tesouro dos EUA descreveu a PDVSA como "uma fonte primária de renda e moeda estrangeira da Venezuela" em um comunicado divulgado no final do dia, dizendo que a lista negra poderia ajudar a "impedir o desvio adicional de ativos da Venezuela por Maduro".
Como resultado da ação do Tesouro, todas as propriedades e interesses na propriedade da PDVSA sujeitos à jurisdição dos EUA são bloqueados e as pessoas dos EUA geralmente são proibidas de realizar transações com eles.
O Tesouro também declarou que o caminho para o alívio de sanções é "através da transferência rápida de controle para o presidente Interino ou para um governo subsequentemente eleito democraticamente".
Enquanto isso, o Tesouro emitiu licenças gerais que autorizam certas transações e atividades relacionadas à PDVSA e suas subsidiárias dentro de prazos específicos.
Os Estados Unidos, o Brasil e alguns outros países reconheceram a presidência de Guaidó, com o presidente dos EUA, Donald Trump, alertando que "todas as opções estão na mesa". Maduro, em resposta, anunciou o corte de laços "diplomáticos e políticos" com os Estados Unidos.
O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse na declaração de segunda-feira que os Estados Unidos "continuarão a usar todas as ferramentas diplomáticas e econômicas para apoiar" Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, que se declarou presidente interino durante uma manifestação contra o governo.
Maduro visitou no domingo uma base militar no estado de Carabobo, no norte do país, exortando a audiência "nunca traidores, leais sempre", mostraram imagens transmitidas pela televisão.
Os militares estão planejando exercícios maiores nos dias 10 e 15 de fevereiro, que Maduro disse que seriam os "mais importantes da história da Venezuela".
Maduro foi eleito em maio do ano passado com 67,84% dos votos, e foi empossado como presidente em 10 de janeiro para mais um mandato de seis anos. Na quarta-feira, Guaidó, 35 anos, declarou-se presidente interino.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu a todos os atores relevantes que diminuam as tensões e se comprometam a dialogar para enfrentar a prolongada crise na Venezuela, depois que protestos contra o governo na capital Caracas se tornaram violentos, informou seu porta-voz na quinta-feira.