Joaquin “El Chapo” Guzman, famoso líder do cartel de Sinaloa, foi considerado culpado num tribunal americano na terça-feira por contrabandear droga para os EUA ao longo de uma carreira que durava há décadas.

Os júris do tribunal federal de Brooklyn condenaram Guzman, de 61 anos, em todas as 10 acusações levantadas pelos promotores.

Richard Donoghue, o procurador Americano para o Distrito Oriental de Nova Iorque, disse esperar que Guzman seja condenado a prisão perpétua sem liberdade condicional quando for sentenciado a 25 de junho.

Guzman, uma das maiores figuras do tráfico de droga mexicano, tornou-se quase lendário por escapar das prisões de segurança máxima mexicanas por duas vezes, contornando operações de caça ao homem.

Guzmen cultivou uma imagem de “Robin Hood” entre os mais pobres da sua cidade natal de Sinaloa.

O traficante foi extraditado para os EUA para julgamento em 2017 após ter sido preso no México um ano antes.

O julgamento de 11 semanas, que contou com o testemunho de 50 pessoas, oferece um panorama sobre a atividade do cartel de Sinaloa, apelidado com o nome do estado do noroeste mexicano onde Guzman nasceu.

O governo estadunidense referiu que Guzman traficou toneladas de cocaína, heroína, marijuana e metanfetaminas para os EUA ao longo de mais de 2 décadas, consolidando o seu poder no México através de assassinatos e guerras com carteis rivais.

A atividade de Guzman, a violência por ele empreendida e o escopo dos seus negócios ilegais tornaram-no no maior traficante desde o colombiano Pablo Escobar, que foi morto pela polícia em 1993.

Os advogados de Guzman disseram que irão recorrer da condenação.