Washington, 28 mar (Xinhua) -- O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na quarta-feira que a Rússia deve interromper sua presença na Venezuela, um dia depois de a Rússia ter defendido sua posição sobre o assunto.

"A Rússia tem que sair", disse Trump à imprensa na Sala Oval, onde se reuniu com Fabiana Rosales, esposa do líder opositor venezuelano Juan Guaidó. Trump acrescentou que a Rússia entende "muito bem" a posição dos EUA.

No início da quarta-feira, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, pediu à Rússia que interrompa as negociações com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e disse que o envio militar da Rússia foi "uma provocação indesejada".

Dois aviões da força aérea russa aterrissaram na Venezuela no sábado, transportando cerca de 100 soldados e 35 toneladas de materiais, segundo relatos da mídia.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse na terça-feira que a presença de especialistas russos na Venezuela está em conformidade com um acordo de cooperação técnica militar entre os dois países, que não precisa da aprovação da Assembleia Nacional venezuelana.

Trump também disse que o governo venezuelano estava sob "muita pressão neste momento", observando que "além dos militares, vocês não podem ter mais pressão do que já têm, todas as opções estão abertas".

Os Estados Unidos vêm seguindo uma política de sanções econômicas e isolamento diplomático contra o governo venezuelano em apoio ao líder da oposição, Guaidó.

Moscou condenou as ameaças de Washington contra a legítima liderança venezuelana, chamando-as de "interferência flagrante" nos assuntos internos da Venezuela e "violação flagrante" do direito internacional.

A Venezuela está mergulhada em tensão política desde 23 de janeiro, quando o líder oposicionista Guaidó se declarou presidente interino do país latino-americano e foi reconhecido pelos Estados Unidos e alguns outros países.