Portugal e Holanda dizem 'não' ao protecionismo da UE contra investimento chinês

Fonte: Xinhua    04.04.2019 13h50

Lisboa, 4 abr (Xinhua) -- O primeiro-ministro português, António Costa, e seu homólogo holandês, Mark Rutte, declararam na quarta-feira que seus países insistirão em suas políticas de mercado aberto de longa data e não excluirão os investimentos chineses baseados em considerações de nacionalidade.

"Se você comparar o investimento chinês em Portugal com o investimento chinês em outros países, verá que Portugal infelizmente não é o principal destino", disse Costa em uma coletiva de imprensa conjunta.

Ele estava respondendo a uma pergunta de um jornalista holandês sobre as ressalvas de alguns países da União Europeia (UE) em relação ao investimento chinês, especialmente a respeito do desenvolvimento das redes 5G.

"Não somos ingênuos sobre as dimensões geoestratégicas de nosso relacionamento", destacou Costa, aludindo a uma tradição de Portugal para "projetar seu relacionamento internacional globalmente e encontrar o equilíbrio necessário entre ser um país europeu mas sempre aberto ao mundo".

"Não vamos mudar", enfatizou.

Costa reafirmou que qualquer investimento estrangeiro "tem, claramente, que cumprir com as leis portuguesas e as leis da UE.

Ele apontou que os processos de privatização em Portugal foram "processos de mercado".

"Não escolhemos investidores com base na nacionalidade e o mercado escolhe de acordo com as melhores condições", insistiu.

O primeiro-ministro holandês, Rutte, concordou com Costa que "a Europa deve permanecer aberta... ser um continente de comércio" e se aproximar de um mundo de boa fé.

Rutte recordou a estreita relação comercial entre a Holanda e a China, expressando sua "confiança total no modo como Portugal está lidando com esta questão".

"Você tem toda a razão. A solução é cumprir a lei, não ser ingênuo e manter o diálogo", acrescentou.

(Web editor: Juliano Ma, editor)

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