Lisboa, 4 abr (Xinhua) -- O primeiro-ministro português, António Costa, e seu homólogo holandês, Mark Rutte, declararam na quarta-feira que seus países insistirão em suas políticas de mercado aberto de longa data e não excluirão os investimentos chineses baseados em considerações de nacionalidade.
"Se você comparar o investimento chinês em Portugal com o investimento chinês em outros países, verá que Portugal infelizmente não é o principal destino", disse Costa em uma coletiva de imprensa conjunta.
Ele estava respondendo a uma pergunta de um jornalista holandês sobre as ressalvas de alguns países da União Europeia (UE) em relação ao investimento chinês, especialmente a respeito do desenvolvimento das redes 5G.
"Não somos ingênuos sobre as dimensões geoestratégicas de nosso relacionamento", destacou Costa, aludindo a uma tradição de Portugal para "projetar seu relacionamento internacional globalmente e encontrar o equilíbrio necessário entre ser um país europeu mas sempre aberto ao mundo".
"Não vamos mudar", enfatizou.
Costa reafirmou que qualquer investimento estrangeiro "tem, claramente, que cumprir com as leis portuguesas e as leis da UE.
Ele apontou que os processos de privatização em Portugal foram "processos de mercado".
"Não escolhemos investidores com base na nacionalidade e o mercado escolhe de acordo com as melhores condições", insistiu.
O primeiro-ministro holandês, Rutte, concordou com Costa que "a Europa deve permanecer aberta... ser um continente de comércio" e se aproximar de um mundo de boa fé.
Rutte recordou a estreita relação comercial entre a Holanda e a China, expressando sua "confiança total no modo como Portugal está lidando com esta questão".
"Você tem toda a razão. A solução é cumprir a lei, não ser ingênuo e manter o diálogo", acrescentou.