Salvador, Brasil, 8 jun (Xinhua) -- "A minha impressão é muito positiva. Os avanços na economia, infraestrutura e nas melhorias urbanas são impressionantes. Há rapidez também na pesquisa, levando ao desenvolvimento de novos equipamentos e produtos de extrema qualidade", afirmou Rui Costa, governador do estado brasileiro da Bahia, em entrevista exclusiva à Xinhua.

Rui Costa já viajou três vezes à China desde que assumiu em 2014. A última delas foi em maio deste ano.

Segundo o governador, a Bahia busca atrair parcerias da China em setores como infraestrutura, especialmente de portos, ferrovias e mobilidade urbana, além de produção de minérios e agrícolas.

Ele comemora a recente parceria com a chinesa BYD, integrante do consórcio para construir um VLT de 18 quilômetros na capital Salvador - e com possibilidade de se estender a 23 quilômetros. No ano que vem, o trecho inicial já deve começar a operar. Quando ficar pronto, serão 200 mil moradores beneficiados. Durante as obras, o projeto vai gerar 4 mil empregos. Quando estiver operando, são projetados 300 empregos diretos para o funcionamento do VLT.

A Bahia é o quarto estado brasileiro em extensão territorial, com uma área superior à de países como França e Espanha, e situa-se entre as 10 principais economias brasileiras. A arrecadação, no entanto, está concentrada na capital e na região metropolitana de Salvador, como destaca o vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, João Leão. Ele próprio já visitou a China seis vezes.

Tanto o governador quanto o vice estão na expectativa do lançamento de uma concorrência para construir uma ponte entre Salvador e a Ilha de Itaparica, num projeto que deverá atingir 38 municípios e ter impacto direto para 3,98 milhões de habitantes. A Bahia tem pouco mais de 15 milhões de moradores. Empresas chinesas já demonstraram interesse em participar da licitação, caso da CCCC, CREC e CR20. As duas primeiras já têm negócios no Brasil. O objetivo é que as obras comecem em janeiro de 2020.

O governo baiano assinou outros protocolos de intenção para instalação de projetos chineses. Em maio, foram assumidos compromissos para a instalação de um parque fotovoltaico no Estado, bem como a instalação de um pólo que envolveria mineração, ferrovia, porto, siderurgia, energia e cimento. Embora ainda sejam intenções de negócios, o governo vê com bons olhos estas iniciativas chinesas.

"A cooperação com a China é positiva. A Bahia e o Brasil ainda estão em uma etapa inicial de contato com a China, se compararmos a outros países. Há muito interesse não só aqui, mas de todos os Estados do Nordeste brasileiro em ampliar estes contatos e negócios", afirmou o governador.

Na segurança pública, um projeto que deverá ganhar escala conta com equipamentos da chinesa Huawei. O Centro de Operações e Inteligência da Segurança Pública do Estado tem câmeras com tecnologia chinesa e o objetivo é abrir uma nova licitação para aumentar a cobertura dos equipamentos para outros bairros da capital e municípios baianos.