Ataque ao forte – painel de azulejos de 1730 a 1750 em exposição em Beijing, demonstrando a influência da porcelana azul e branca chinesa nesta expressão artística portuguesa. Foto: China Daily
A China e Portugal estão realizando em conjunto uma exposição de arte em Beijing, centrada no azulejo, em comemoração dos 40 anos do aniversário das relações diplomáticas.
A exposição encontra-se no Palácio Museu, vulgo Cidade Proibida, fazendo a fusão entre o imponente complexo imperial chinês com o toque europeu dos azulejos portugueses.
A exposição “A Evolução do Azulejo em Portugal dos séculos XVI ao XX” foi inaugurada a 11 de junho.
A exposição clarifica também de que forma a porcelana, profundamente enraizada na China, cresceu como um meio de expressão artística na outra extremidade do território euroasiático, graças ao intercâmbio cultural ocorrido há meio milênio.
“Embora seja verdade que os portugueses não inventaram o azulejo, não é menos verdade que em Portugal esta manifestação da cerâmica ganhou contornos únicos que transcenderam as suas funções utilitárias e decorativas”, disse Maria Antónia Pinto de Matos, diretora do Museu Nacional do Azulejo, instituição que organizou a exposição juntamente com o Palácio Museu.
As cerca de 50 peças em exibição, feitas com mais de 5000 azulejos, demonstram a sua prevalência em Portugal, tanto geográfica como cronológica. A peça mais antiga data do início do século XVI, e origens das peças atravessam catedrais, residências, e fachadas de diversos edifícios.
“O azulejo é uma arte que se ajusta a novas tendências e ideias”, disse Alexandre Pais, o curador português da exibição. “A geração de hoje tenta arranjar novas formas de compreender o azulejo no contexto moderno. Alguns deles usam pinturas, cartoons ou grafitis, e outros podem considerar ajustá-los para melhor se acomodarem à arquitetura e ao jogo de luz e sombras.
Uma secção da exibição apresenta o modo como a estética chinesa e estilos artísticos influenciaram a arte do azulejo.