Líderes da China e dos EUA irão se encontrar à margem do encontro do G20, no Japão, antevendo-se um alívio das tensões.

A viagem do presidente Xi Jinping ao Japão para a cúpula do G20 irá reforçar os consensos internacionais em defesa do multilateralismo e da abertura econômica, em meio ao aumento do protecionismo que se abate sobre a economia global, segundo os analistas.

Os analistas observam que a reunião de Xi com Donald Trump poderá conter a escalada das tensões bilaterais entre as duas maiores economias do mundo.

Xi irá permanecer no Japão entre quinta-feira e sábado para participar da 14ª cúpula do G20, em Osaka, sob convite do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, segundo Lu Kang, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores.

A China deverá usar o encontro multilateral para reiterar o seu compromisso com a cooperação internacional, se opor ao protecionismo e preservar a estabilidade da ordem econômica internacional existente, disse Zhou Fangyin, um investigador senior de relações internacionais no Instituto de Guangdong para Estratégias Internacionais.

Os líderes globais de economias que representam mais de 80% do PIB mundial irão se reunir em Osaka no final desta semana para discutir questões como a economia global, comércio e investimento, inovação, ambiente, energia e empregabilidade.

A cúpula surge em meio ao aumento de preocupações de que as fricções comerciais entre a China e os EUA ameacem o crescimento econômico global.

“A China deseja expandir as parcerias econômicas e comerciais através de plataformas de comércio multilateral ou de mecanismos de cooperação econômica regional, as quais, até certo ponto, incrementam a confiança na comunidade internacional”, disse Zhou.

A cúpula de líderes do G20, estabelecida em resposta à crise financeira de 2008, precisa de enviar uma mensagem clara em oposição ao protecionismo e defender uma economia aberta para conter as incertezas e riscos que pairam sobre a economia global, acrescentou.

Xi e Trump concordaram via telefônica se reunirem no Japão. A reunião entre ambos chefes de Estado aumentou as esperanças de que os dois países possam conter as suas diferenças. As notícias refletiram-se no mercado bolsista, embora esforços concretos sejam ainda necessários para atingir um acordo, segundo os especialistas.

O Fundo Monetário Internacional advertiu no início deste mês que as tarifas sino-americanas que foram implementadas ou propostas poderiam cortar o output econômico global em 0.5%, ou $455 bilhões, em 2020.