A China expressou forte reprovação e oposição firme face aos recentes comentários sobre Hong Kong proferidos pelo secretário de Estado para os assuntos externos britânico, Jeremy Hunt, apelando a que ele cesse de interferir nos assuntos de Hong Kong.
“Ele parece estar fantasiando na glória desvanecida do colonialismo britânico e obcecado com o mau hábito de criticar e admoestar condescendentemente sobre assuntos de outros países”, disse Geng Shuang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, durante uma coletiva de imprensa.
Geng disse que a China comunicou pelos canais diplomáticos a sua reprovação dos comentários de Hunt.
De acordo com o The Times, Hunt disse na terça-feira que esperava que a China honrasse a Declaração Conjunta Sino-Britânica, assinada em 1984 quando Margaret Thatcher era a primeira-ministra, e que “existiriam consequências sérias se esse acordo legal internacionalmente vinculativo não fosse honrado”.
Geng afirmou que, com o retorno de Hong Kong à pátria, os direitos e obrigações dos britânicos sob a Declaração Conjunta haviam sido cumpridos.
A 1 de julho de 1997, a China retomou a soberania sobre Hong Kong e o governo chinês começou a sua administração em concordância com a constituição e a Lei Básica, disse Geng.
“A parte britânica não tem soberania sobre Hong Kong, nem o poder administrativo ou supervisor desde o retorno. Não tem qualquer responsabilidade por Hong Kong”, vincou Geng, descrevendo como “pura ilusão com sentimentalismo insípido” o lado britânico “considerar-se um guardião”.
“É simplesmente vergonhoso dizer que a liberdade dos residentes de Hong Kong seja negociada por eles pelo lado britânico”, disse Geng.
Geng lembrou ainda Hunt que Hong Kong não tinha qualquer democracia durante a época colonial britânica, e que o povo de Hong Kong nem sequer tinha o direito de ir para as ruas em protesto.
É o governo chinês quem protege os direitos de democracia e Liberdade de Hong Kong, de acordo com a constituição e com a Lei Básica, e implementa os princípios da política “Um País, Dois Sistemas”, frisou.
Em resposta aos comentários de Hunt de que o governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK) não deveria usar a invasão do complexo do Conselho Legislativo (LegCo) por motineiros como pretexto para “reprimir” a população, Geng disse que Hunt estaria a confundir o preto com o branco ao dizê-lo, dado que a tomada do LegCo a 1 de julho constituiu uma severa violação da Lei, concluiu.