Brasília, 5 jul (Xinhua) -- O Comitê de Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) reconheceu a cidade histórica de Paraty e a região da Ilha Grande, no estado do Rio de Janeiro, Brasil, como patrimônio histórico e natural da humanidade.
A decisão foi anunciada pela UNESCO em um comunicado divulgado nesta sexta-feira durante uma reunião em Baku, no Azerbaijão.
O reconhecimento acontece às vésperas do evento mais importante do ano na cidade histórica, a Festa Literária Internacional de Paraty.
A classificação como Patrimônio da Humanidade inclui, além do centro histórico da cidade colonial de Paraty, a paisagem da região da Baía de Ilha Grande, que abrange uma área de 149 mil hectares, com quatro áreas de preservação e um total de 187 ilhas.
O Brasil conta agora com 22 locais reconhecidos na lista da UNESCO, mas o anunciado na sexta-feira é o primeiro misto histórico e natural do país.
Um estudo realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) mostra que existem 36 espécies vegetais raras na região de Paraty e Ilha Grande, dentro da Mata Atlântica, com uma forte presença de aves, bem como registros de mamíferos como o jaguar e o muriqui, o maior primata do continente americano.
A região também abarca terras indígenas, dois territórios quilombolas (descendentes de ex-escravos fugitivos) e 28 comunidades caiçaras (nativos da região sul).
Os primeiros registros de assentamentos datam de 4.000 anos atrás, com indícios de ocupação em cavernas e estruturas subterrâneas.
Fundada em 1667, Paraty foi uma das cidades portuárias mais importantes da época colonial, já que era o final da rota da mineração do ouro em Minas Gerais.