A China exortou os EUA na terça-feira a revogar imediatamente o plano de uma venda de armas a Taiwan no valor de $2,2 bilhões, e a cessar definitivamente os laços militares com a ilha.
A China está profundamente insatisfeita e opõe-se firmemente à venda prevista, tendo apresentado junto das autoridades americanas o seu descontentamento, segundo Yang Jiechi, membro do Birô Político do Comitê Central do PCCh e diretor do Gabinete da Comissão de Assuntos Estrangeiros do Comitê Central do PCCh.
“Taiwan é uma parte inalienável do território chinês”, disse Yang, durante um encontro em Beijing na terça-feira com Igor Ivanov, presidente do Conselho de Assuntos Internacionais Russo e ex-ministro das Relações Exteriores do país.
Yang acrescentou que a venda consiste em uma grave violação do princípio de uma só China e das estipulações dos três comunicados conjuntos sino-americanos.
Além disso, coloca em causa a soberania e interesses de segurança da China, comprometendo a paz e a segurança ao longo do estreito de Taiwan, afirmou.
A questão de Taiwan diz apenas respeito aos assuntos domésticos da China, sendo que nenhuma interferência estrangeira deve ser permitida, prosseguiu, acrescentando que o governo chinês e o seu povo estão firmemente determinados a assegurar a soberania nacional e integridade territorial.
Yang urgiu os EUA a compreenderem o perigo severo constituído pela sua venda de armas a Taiwan e a respeitarem a política de uma só China e as estipulações dos três comunicados conjuntos China-EUA.
Também na terça-feira, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang, qualificou a venda de armas como uma “interferência brutal nos assuntos domésticos da China”, e disse que ninguém deve subestimar o compromisso da China em assegurar a sua soberania e integridade territorial face à interferência estrangeira.
Ma Xiaoguang, porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, expressou também “oposição firme” ao plano de vendas, urgindo os EUA a pararem de enviar “sinais severamente errados” às forças separatistas da “independência de Taiwan”.
“Uma vez mais, eu gostaria de informar o Partido Democrático Progressista que qualquer ato dependência de forças externas e elevação das tensões entre o estreito irá, definitivamente, ricochetear”, acrescentou Ma.
O Departamento de Estado dos EUA aprovou a venda, incluindo taques M1A2 Abrams e mísseis Stinger, de acordo com declarações da Agência de Cooperação para a Segurança do Departamento de Defesa norte-americano, publicadas na segunda-feira. Trata-se da maior venda de armamento a Taiwan aprovada pelo Departamento de Estado desde que o presidente Donald Trump assumiu funções em janeiro de 2017.