Equipe de assistência em terra verifica a navegabilidade de um avião de passageiros fabricado pela Embraer SA no Aeroporto Internacional Xiamen Gaoqi. [Foto de Zheng Shuai /Para China Daily]
O conglomerado brasileiro Embraer SA, um fabricante de aviões comerciais, disse que está confiante sobre as perspectivas no mercado de aviação regional e de baixo custo da China, desencadeado por uma crescente demanda de viagens aéreas de pequenas cidades chinesas.
A empresa, que faz aviões comerciais com capacidade de 150 lugares, planeja introduzir seus últimos jatos E195 -E2 de corredor único, os maiores já construídos pela Embraer, no mercado da China. A empresa disse que é um avião ideal para desenvolver os negócios regionais e complementar as linhas de frotas básicas existentes, e é adequado para voos ponto-a-ponto entre cidades de segunda, terceira e quarta classe.
“Com o aumento contínuo da demanda local de cidades de segunda e terceira classe, a China introduziu uma série de políticas favoráveis para apoiar o desenvolvimento da aviação regional. Isto criará um grande potencial de mercado para aeronaves com até 150 assentos. Temos orgulho de acompanhar o ritmo da indústria em crescimento,” disse Guan Dongyuan, vice-presidente sênior da Embraer e presidente da Embraer China.
No ano passado, o tráfego de passageiros da aviação civil atingiu 610 milhões, e continuou a crescer a uma taxa de dois dígitos, acrescentando 10.9 por cento ano-a-ano, de acordo com a Administração de Aviação Civil da China.
Entre o tráfego total de passageiros, a região de Beijing-Tianjin -Hebei, o delta do Rio Yangtze, e a Área da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau testemunharam os maiores fluxos de passageiros, mas a taxa de crescimento nos mercados maduros e saturados havia sido relativamente mais lenta quando comparada com as cidades menores.
Atualmente, a Embraer conta com quase 70 por cento da parte de mercado das aeronaves regionais no segmento de assentos 70 a 150 na China. Oito companhias aéreas, incluindo a China Southern Airlines, Hebei Airlines, Tianjin Airlines, Colorful Guizhou Airlines e Guangxi Beibu Gulf Airlines, operam aeronaves comerciais 105 Embraer na China e Mongólia. Bombardier Inc. do Canadá, ARJ 21 construído na China e Sukhoi da Rússia tomam o resto do mercado.
Em abril, o modelo E195 -E2 recebeu certificação da Agência Nacional de Aviação Civil Brasileira (ANAC), da Administração Federal de Aviação dos EUA (AFAEUA) e da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (AESA), e está esperando ser certificado pela autoridade chinesa.
Embraer, o terceiro maior fabricante de aeronaves depois da Boeing Co e da Airbus SE, encontra-se agora em discussão com as transportadoras nacionais sobre a compra potencial do seuúltimo modelo de aeronave.
A China tem o maior número de aeroportos de planalto em todo o mundo, e eles estão principalmente localizados no oeste da China, como a Região Autônoma do Tibete, bem como as províncias Qinghai, Sichuan e Yunnan.
"Esses aeroportos planaltos exigem aeronaves com boas performances e uma disposição razoável de assentos, para atender a demanda de áreas com altas altitudes e menor fluxo de clientes. O modelo E195-E2 seria um jato ideal para essas áreas", disse Guo Qing, vice -presidente de vendas e marketing na Embraer China.
"A companhia aérea pode optar por configurar a cabine em duas classes com 120 assentos ou classe única com até 146 assentos. Tem custos significativamente mais baixos por viagem, o que permitirá que as companhias, com orçamentos limitados, alarguem mercados secundários adicionais", afirmou.
Li Guijin, um professor do Instituto de Gestão de Aviação Civil da China, afirmou que a China é um grande mercado com excelentes oportunidades para o crescimento da aviação regional, e está a desenvolver um modelo com suas próprias características únicas. Na fase inicial, os subsídios governamentais e as políticas de apoio desempenham papéis importantes.
"As partes centrais e ocidentais da China servem como o melhor mercado para a aviação regional. Deve haver mais tipos de aeronaves que sejam adequadas para voar em regiões altas, para ajudar a avançar a conectividade de transporte aéreo da região", disse ele.
"Além disso, há uma capacidade notável para o desenvolvimento de companhias aéreas menores. Por exemplo, o Aeroporto Internacional Daxing de Beijing, que está definido para iniciar operações comerciais no final de setembro, poderia proporcionar uma chance de crescimento para companhias aéreas menores nas regiões vizinhas, como a Hebei Airlines", disse ele.