Beijing, 6 ago (Xinhua) -- A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, refutou na segunda-feira a recente declaração do secretário de Defesa dos Estados Unidos de que a China está desestabilizando o Indo-Pacífico.
Hua disse aos repórteres em relação ao assunto que, as alegações da parte norte-americana, de modo irresponsável, tiveram a intenção de transferir as culpas, e que o desenvolvimento militar da China é puramente defensivo por natureza.
Ela disse que há muito tempo, os EUA vem intervindo grosseiramente nos assuntos dos países regionais da Ásia Pacífico. Politicamente, o país tentou provocar uma cisão entre eles ao promover a suposta "estratégia Indo-Pacífico". Os EUA têm adotado uma abordagem egoísta de "empobrecer o vizinho" em questões econômicas enquanto se posiciona militarmente e fortalece suas alianças militares na região.
"É absolutamente evidente quem está prejudicando a estabilidade regional na Ásia Pacífico", disse Hua.
A porta-voz comentou que já há algum tempo os EUA vêm usando a China como desculpa nas Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF) e em outros assuntos, disseminando de forma exagerada a suposta "ameaça de mísseis chineses" e negligenciando completamente os fatos. Isso é exatamente o que os EUA sempre fazem, transferir a culpa para outros países.
Hua disse que apesar da forte oposição internacional, os EUA optaram por sair do Tratado de INF. E agora estão buscando desenfreadamente posicionar mísseis de alcance intermediário na Ásia.
"Tudo isso desmascara a real intenção da saída dos EUA do tratado", disse Hua.
Em contrapartida, Hua destacou que a China busca uma política de defesa que é defensiva por natureza.
"Desenvolvemos nosso poderio militar com a finalidade de autodefesa. Não planejamos e nem queremos impor ameaças a qualquer país", afirmou a porta-voz.
"Todos os mísseis de alcance curto e intermediário terrestres da China estão posicionados dentro de nosso próprio território, o que comprova a natureza defensiva da nossa política de defesa", disse ela.
"Contudo, se os EUA posicionarem mísseis de alcance intermediário na Ásia-Pacífico, especialmente nos arredores do território chinês, ao que tudo indica, o objetivo deles é ofensivo", disse ela, acrescentando que caso os EUA insistam em fazer isso, a segurança internacional e regional será, sem sombra de dúvidas, severamente prejudicada.
"A China não ficará parada sem tomar uma atitude, vendo nossos interesses serem postos em xeque. E tem mais, não permitiremos que qualquer país traga problemas à nossa porta. Tomaremos todas as medidas necessárias para salvaguardar os interesses de segurança nacional", disse Hua.
"Esperamos que os EUA sejam prudentes e se abstenham de escalar as tensões ou de prejudicar a paz internacional e regional", disse ela.