Policiais armados patrulham a sala de embarque do Aeroporto Internacional de Hong Kong na quarta-feira (14), depois que a Suprema Corte emitiu uma liminar provisória proibindo a obstrução ilegal das operações nos aeroportos. [Foto/Agências]
Radicais violaram a 'linha de fundo' da lei, disse o porta-voz de duas organizações do governo central, expressando forte indignação e condenação na quarta-feira (14) por atos violentos dirigidos a residentes do continente no Aeroporto Internacional de Hong Kong na terça-feira (13).
Enquanto isso, o aeroporto retomou as operações na quarta-feira, depois que a Suprema Corte da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK) emitiu uma liminar provisória proibindo a obstrução ilegal das operações aeroportuárias.
O pedido, solicitado pela Autoridade Aeroportuária de Hong Kong, proíbe qualquer pessoa de obstruir ilegalmente e interferir com as operações do aeroporto, de acordo com um comunicado emitido pela autoridade na manhã de quarta-feira.
O Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEHK e o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado responderam à violência no aeroporto.
Dois residentes do continente chinês foram ilegalmente detidos e espancados na terça-feira à noite por manifestantes radicais que ocuparam e danificaram o aeroporto. Os dois, um repórter do Global Times e um residente de Shenzhen, foram acusados de se disfarçarem de policiais do continente. Após o ocorido, os dois foram levados para hospitais locais para tratamento médico.
"A atrocidade foi totalmente além da linha de fundo de uma sociedade civilizada, o que não é diferente dos atos dos terroristas", disse o comunicado do Gabinete de Ligação.
O escritório apontou que os atos dos manifestantes, incluindo paralisar as operações do aeroporto e assediar os passageiros de várias nacionalidades e idades, prejudicam gravemente os direitos dos outros e prejudicam a reputação internacional de Hong Kong.
"Desta vez, os manifestantes derrubaram suas máscaras enganadoras de 'paz, racionalidade e não-violência'", disse o comunicado.
O Gabinete de Ligação prometeu que continuará a apoiar as autoridades relevantes para salvaguardar a segurança pessoal e os direitos legítimos dos residentes do continente em Hong Kong.
Em um comunicado, Xu Luying, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e de Macau do Conselho de Estado, disse que o governo central apoiou as ações da polícia de Hong Kong para prender os desordeiros.
Xu disse que a violência no aeroporto na noite de terça-feira foi particularmente chocante.
"Recentemente, os protestantes radicais em Hong Kong violaram completamente a linha de fundo da lei, da moralidade e da humanidade. Seus atos flagrantes de graves crimes violentos em público são chocantes e assustadores", dizia seu comunicado. "A violência deles foi um desprezo extremo pelo estado de direito, que prejudicou seriamente a imagem internacional de Hong Kong e feriu os sentimentos dos compatriotas no continente".
Ela disse que esses crimes violentos devem ser severamente punidos de acordo com a lei.
"Apoiamos firmemente a força policial de Hong Kong e o Judiciário na execução de uma justiça firme e rigorosa, levando os criminosos à justiça o mais rápido possível", disse ela.
Pouco depois de ser dispensado do hospital Princess Margaret, em Hong Kong, na quarta-feira, Fu Guohao, repórter espancado do jornal Global Times, de Beijing, disse que não sofreu ferimentos graves.
Fu, com alguns hematomas no rosto, disse que ainda ama Hong Kong e é grato pelos cuidados do público.
O Global Times enviou Fu para Hong Kong para cobrir os protestos em massa lá. Ele teve as mãos e as pernas amarradas e foi abusado por um grupo de radicais no aeroporto na noite de terça-feira, enquanto os membros da multidão suspeitavam que ele não fosse realmente um jornalista.
Em um comunicado, a Aliança Democrática para o Melhoramento e Progresso de Hong Kong, o maior partido político da cidade, disse que o que os manifestantes fizeram a Fu foi "imprudente" e contaminou a reputação de Hong Kong na comunidade internacional.
A Federação dos Sindicatos, o maior sindicato da cidade, também denunciou a violência, dizendo que o que os desordeiros fizeram foi fora da lei e desafiou o Estado de Direito, a moral e a ética da cidade. Eles são a vergonha de Hong Kong, disse o comunicado.
A polícia de Hong Kong prendeu cinco homens no aeroporto na noite de terça-feira por suspeita de crimes, incluindo assembleia ilegal, posse de armas ofensivas e assalto a policiais, segundo Mak Chin-ho, comissário assistente da polícia de Hong Kong.
Os cinco que foram presos não estavam diretamente envolvidos nos ataques contra os dois residentes do continente, disse Tse Chun-chung, superintendente da divisão de relações públicas da polícia de Hong Kong.