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The International: primeiro dia com desempenho positivo de equipas chinesas

Fonte: Diário do Povo Online    21.08.2019 10h46

Por Mauro Marques

 

Pelas 7 da manhã de terça-feira aglomeravam-se já junto dos portões de acesso à Mercedes Benz Arena grupos de fãs, desejosos por acederem ao palco do torneio de Dota 2 mais esperado do ano.

A espera terminou quando os ponteiros do relógio caminhavam já para as 8 horas. Entre sorrisos, gargalhadas, cânticos de apoio às equipas favoritas, agitando bandeirinhas e empunhando tarjas, vários entusiastas do videojogo correram em direção à entrada.

Com 80% da lotação (18,000 pessoas) a arena compreendia uma massa humana digna de respeito, fazendo-se ouvir desde cedo, na pomposa cerimónia de inauguração, com direito a performance de orquestra, dançarinas chinesas, com seus leques tradicionais, e um momento de percussão.

Seguiu-se a apresentação das equipas participantes e a presença especial em palco de Gabe Newell, um dos fundadores e CEO da Valve, a detentora do Dota 2, congratulando-se por ver o The International ser tão entusiasticamente recebido pela China e pelos fãs locais. “Xiexie, Shanghai”(obrigado, Shanghai), disse, em mandarim, como forma de apreço pela numerosa audiência.

O primeiro embate do dia, entre a equipa Virtus Pro (Comunidade dos Estados Independentes) e a chinesa PSG.LGD, provou que jogar em casa é uma grande ajuda.

Enquanto equipa chinesa mais promissora no torneio - justificando o interesse do atual patrocinador, o Paris Saint Germain - a entrada da PSG.LGD deixou a audiência (maioritariamente chinesa) em euforia total, numa gritaria ensurdecedora, capaz de motivar qualquer equipa, e demover os seus adversários.

As equipas chinesas corresponderam às expetativas dos fãs, que funcionaram como um jogador extra, pronunciando-se efusivamente a cada golpe desferido favorável às equipas conterrâneas, colocando mais pressão sobre os adversários.

De realçar também a presença dos “casters”, ou relatadores, uma das profissões que ganhou uma nova dimensão com a proliferação dos e-sports. Muitos deles assumem, eles próprios, um papel tão ou mais importante que os atletas.

É curioso ver como os casters chineses se deixam ao longo do jogo levar pela emoção, pondo de parte algumas das características de maior contenção, geralmente associadas à cultura chinesa, metralhando palavras à velocidade da luz, com tom de voz e ritmo adequados, acompanhando a importância do acontecimento e enfeitiçando a audiência a seu belprazer.

O mesmo se pode dizer dos estrangeiros que acrescentam, talvez, a linguagem corporal sem rédeas, os saltos, o esbracejar incontrolável, as palmadas na mesa e a cabeça, bamboleando, ora colada à tela, ora sacudida para trás em espasmos de adrenalina pura.

Se a descrição acima alude ao futebol e aos seus milhões de fãs, poder-se-á dizer com justiça que o público dos e-sports já esteve (bem) mais longe ser insignificante.

O dia terminou com três equipas chinesas, PSG.LGD, Vici Gaming e Royal Never Give Up a vencerem por 2-0, 2-1 e 1-0 respetivamente. Os Keen Gaming foram derrotados pelos Infamous Gaming, da América do Sul, por 1-0. 

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