“Quando falamos de ‘um país, dois sistemas’ não podemos focar-nos apenas nos ‘dois sistemas’ e ignorar que ‘um país’ é a pré-condição”, disse Ho Iat Seng, chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), durante uma entrevista ao China Media Group (CMG).
Ho afirmou que o princípio “um país, dois sistemas” não pode ser adulterado e que as pessoas devem ter consciência da existência de limites.
A China fez de Macau um centro de turismo, uma plataforma de comércio entre a China e Portugal e uma base de intercâmbio cultural para a Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau, disse Ho.
Macau, apesar do território exíguo, tem uma grande atividade turística, disse, acrescentando que no ano passado recebeu cerca de 38,5 milhões de visitas.
“Tudo isto é atribuído ao apoio do governo central e dos compatriotas da parte continental da China”, referiu.
“Se os jovens querem fazer negócios, eles devem rumar à parte continental da China, pois é lá que se encontra o maior mercado”, disse Ho.
O chefe do Executivo defendeu que os jovens devem saber mais do seu país e respetivo mercado. Ele apelou àqueles que testemunharam os 40 anos de desenvolvimento do país, desde a reforma e abertura, a liderar a juventude a alcançar o desenvolvimento compartilhado com a parte continental da China.
Ho disse ainda que a resolução dos problemas de habitação eram uma prioridade. Por conseguinte, o governo da RAEM irá mover esforços para garantir que as novas gerações possam adquirir uma casa e ter um futuro promissor.
Abordando as mudanças em Macau desde o retorno à China há 20 anos, Ho disse que as maiores alterações foram na economia, em benefício de todos os residentes.
Politicamente, os residentes de Macau têm agora passaportes macaenses, os quais podem usar para participar em assuntos estatais como deputados da Assembleia Popular Nacional e membros da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.
Ho disse que desde o retorno, o governo da RAEM tem atribuído mais atenção aos nacionais portugueses nascidos em Macau, respeitando o seu estilo de vida e tradições culturais.
A maioria dos portugueses têm tratado Macau como sua casa e estão satisfeitos com os trabalhos do governo, asseverou.
Ho acrescentou ainda que a história de Macau foi respeitada: “A lei de Macau está redigida em chinês e português, e temos interpretação simultânea em português na assembleia legislativa”, concluiu.