Por Beatriz Cunha
Com o desenvolvimento da tecnologia, e o aumento na qualidade de vida da população, o número de idosos tem crescido mais e mais. E, portanto, naturalmente, eles acompanham o ritmo de vida da atualidade, inserindo-se em um mundo conectado. O uso de celulares e aplicativos, que incluem ferramentas de ordem prática e social entram no domínio de suas vidas.
Enquanto especialistas consideram o uso de celular por crianças uma irresponsabilidade e até mesmo um prejuízo a saúde física e mental das mesmas, pesquisas apontam o aumento do número de idosos adeptos às tecnologias, e consequentemente, tem havido uma melhora na saúde mental desses “jovens” da terceira idade.
Um importante aspecto para a melhora da saúde de idosos está no fato de que, ao se inserirem no mundo tecnológico, precisam se predispor a aprender algo novo. E, como em todo processo de aprendizagem, o cérebro mantém-se ativo.
Segundo o professor Mario Miguel, fisiologista da Universidade Federal do Rio Grande, em entrevista à Folha de São Paulo, o uso de tecnologia estimula o cérebro, provocando o aumento do hipocampo, área fundamental para a cognição e memória.
Ainda segundo o fisiologista, o uso de aplicativos e softwares específicos podem ser bons aliados para o treinamento da memória episódica e operacional, bem como aprimorar o foco e a atenção.
Uma pesquisa divulgada em 2014 pela Organização Mundial de Saúde aponta que em 2050, a população de idosos, com 60 anos ou mais, chegará a 2 bilhões de pessoas. Considerando que a melhor forma de manter uma vida saudável, é manter a mente e o corpo ativos em qualquer idade, e com a previsão da OMS, é possível entender porque o número de idosos conectados só vem aumentando.
De acordo com um relatório aberto chinês publicado em agosto deste ano sobre o uso de celulares, o número de idosos que fazem uso desde celulares comuns, com funções básicas de ligação e envio de mensagens, até os celulares mais modernos, que permitem navegar na internet, fazer fotos, ouvir músicas, jogar, entre outras funções, tem elevado gradativamente.
Para desenvolver o relatório foram entrevistadas 287 idosos, das quais 157 são homens e outras 132 são mulheres. A faixa etária entre 61 a 70 anos totalizou 52%, enquanto aqueles com 51 a 60 anos alcançou 26%.
Os que usam celulares comuns e celulares modernos totalizaram 57% e 37%, respectivamente. Já os que fazem uso de celulares específicos para idosos alcançaram 6%.
Entre os entrevistados 63% deles acreditam que os celulares atualmente satisfazem suas necessidades completamente, já os outros 27% estão quase totalmente satisfeitos.
O relatório apontou ainda que 38% dos entrevistados já utilizam celulares modernos e outros 25% gostariam de experimentar esse tipo de celular.
Este cenário evidencia que, o número de idosos que fazem uso de celulares mais modernos cresceu, e consequentemente a população idosa, mantém-se mentalmente saudável, uma vez que segue acompanhando o desenvolvimento na vida cotidiana.